A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) elevou sua projeção de crescimento da renda do setor agropecuário em 2012. No mês passado, a CNA estimou o Valor Bruto da Produção Agropecuária em R$ 328,7 bilhões (+7,9%) e no levantamento divulgado nesta terça-feira prevê expansão de 11,2%, para R$ 367 bilhões, levando em conta o aumento dos preços dos produtos.
A previsão de faturamento do setor de proteínas animais, que inclui carnes, ovos e leite, é de crescimento de 6%, para R$ 136 293 bilhões. A CNA prevê crescimento maior da renda agrícola, da ordem de 4,5%, para R$ 230,804 bilhões.
Os técnicos da CNA explicam que o bom desempenho do setor agrícola se deve aos preços da soja, que estão em patamares mais elevados que os registrados no ano passado. A estimativa é de crescimento de 19,2% no faturamento, proporcionado pela soja, que deve atingir R$ 67,7 bilhões em 2012. A CNA também destaca o milho, cujo faturamento deve crescer 40% e atingir R$ 34,3 bilhões.
O bom cenário para o milho é justificado pelo aumento das exportações brasileiras, que devem variar entre 18 e 19 milhões de toneladas em 2012, segundo a CNA. Os embarques nacionais foram estimulados pela seca que atingiu regiões produtoras dos Estados Unidos, reduzindo a colheita e o volume disponível para exportação.
A estimativa da CNA para a cana-de-açúcar é de aumento de 39% na renda, que deve atingir R$ 45,5 bilhões. Os técnicos da CNA explicam que o aumento se deve ao aumento de 50,7% nos preços recebidos, em relação ao ano passado, "o que compensou a queda de 7,5% na produção".
No caso do café, a previsão é de retração de 17% no faturamento, estimado em R$ 18,9 bilhões. Segundo os técnicos, a queda nas cotações internacionais tem influenciado os preços internos. Eles preveem que "os preços devem apresentar elevação nos próximos meses em virtude da restrição de oferta, a qual se deve à menor safra brasileira e à queda nos estoques mundiais do grão".
Para as proteínas animais a previsão é de queda de 6,4% no faturamento do setor de carne de bovina, para R$ 54,8 bilhões. Os técnicos da CNA dizem que a queda na receita pode ser minimizada pela possibilidade de valorização dos preços nos últimos meses do ano, "a qual pode ocorrer em virtude da redução de oferta de gado confinado e do aumento da demanda em razão das festas de final de ano".
As previsões da CNA também são de queda na receita do setor de carne suína. A estimativa é de que o valor bruto da produção caia 11,6% e fique em R$ 9,3 bilhões. Para a carne de frango a projeção da CNA é de expansão de 35% na receita, para R$ 38,4 bilhões, impulsionada pelo aumento de 32,4% dos preços. "A redução da produção, em virtude do aumento do custo com ração, tem oferecido sustentação para a elevação dos preços do produto" dizem os técnicos.
PIB
A CNA também divulgou hoje o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do setor em agosto a partir de dados relativos a mês em questão. O levantamento feito em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), aponta que o PIB do segmento primário do agronegócio registrou aumento de 0,39% no mês, crescimento superior ao registrado em julho, quando a alta foi de 0,14%.