Ex-governador de Minas Gerais, Estado que controla a Cemig, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) praticamente monopolizou as atenções e chegou próximo de um bate-boca com o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, durante audiência pública no Senado sobre os apagões do setor elétrico, realizada nesta terça-feira.
Aécio defendeu a posição da Cemig, que não apresentou pedido para renovar as concessões das usinas de Jaguara, São Simão e Miranda, por acreditar que tem o direito de obter mais 20 anos de contrato nas condições da legislação anterior à MedP 579, sem redução das tarifas, mantendo as receitas atuais.
O senador questionou a posição do governo, que não abre mão das condições impostas pela MP 579. Zimmermann, por sua vez, sugeriu que Aécio estava em defesa dos interesses da empresa e contrário à causa da modicidade tarifária.
Segundo Zimmermann, mantidas as tarifas atuais por mais 20 anos, essas três usinas renderiam R$ 30 bilhões em 20 anos para a Cemig. "Esses valores podem ser revertidos para a sociedade. E o senhor está defendendo que vão para o acionista da Cemig", afirmou.
Aécio respondeu que a Cemig é patrimônio do Estado de Minas Gerais e disse que estava em defesa do povo mineiro. "O principal acionista da Cemig são os cidadãos mineiros, já que parte dos dividendos da empresa são revertidos em obras para a população", afirmou.