Apesar da proximidade das festas de fim de ano, as famílias ficaram menos inclinadas a consumir na passagem de outubro para novembro. A menor predisposição às compras foi provocada pelo nível ainda elevado de endividamento e a moderação no ritmo de concessões de crédito, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou queda de 0,8% em novembro ante outubro, para 133,7 pontos. Em relação a novembro de 2011, o recuo foi de 2,7%.
Na comparação com outubro, houve deterioração na avaliação dos consumidores sobre o nível de consumo atual (-3,8%), a perspectiva de consumo (-0,6%) e o momento para bens duráveis (-4,6%). A CNC atribuiu o movimento também à antecipação do consumo, causada pelos estímulos fiscais concedidos pelo governo aos segmentos de bens duráveis ao longo do ano.
Na passagem de outubro para novembro, também houve piora na percepção sobre o emprego atual (-1,1%) e a renda atual (-0,1%). Segundo a CNC, mesmo com a manutenção do aumento real da renda e da baixa taxa de desemprego, o ritmo mais moderado da atividade econômica gera incertezas em relação ao mercado de trabalho e se reflete na confiança das famílias.
Na comparação com novembro de 2011, o recuo de 2,7% no ICF foi puxado por uma maior cautela tanto em relação ao mercado de trabalho quanto ao consumo. Todos os componentes da pesquisa registraram recuo: emprego atual (-4,0%); perspectiva profissional (-4,8%); renda atual (-1,3%); compras a prazo (-0 5%); nível de consumo atual (-5,1%); perspectiva de consumo (-3 0%); e momento para duráveis (-1,1%).