O Brasil desponta como o país no qual o clima econômico é mais favorável entre os emergentes que compõem o grupo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China), aponta a Sondagem Econômica da América Latina, realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com o instituto alemão Info. O Indicador de Clima Econômico (ICE) do Brasil, no trimestre de agosto a outubro deste ano, avançou 6,1%, ante índice de 5,2% registrado no trimestre imediatamente anterior. Já o resultado da Rússia foi de 4,3%; o da Índia, de 5,4%; e o da China, de 4,7%.
"A China teve uma desaceleração do crescimento. Como as perguntas são muito voltadas para o crescimento, o indicador acaba captando este cenário. No Brasil, as projeções eram muito piores do que as realidades demonstraram, o que favoreceu o indicador", destacou Lia Valls, coordenadora de estudos do setor externo do Instituto Brasileiro de Economia da FGV.
Diante de resultados econômicos na América Latina mais favoráveis do que o que o mercado esperava, o ICE da região no trimestre veio mais positivo que no restante do mundo, em fase de recessão. Principalmente em razão das expectativas de aumento do consumo nos próximos seis meses na América Latina, uma percepção contrária à verificada nos países europeus e nos Estados Unidos, onde a demanda insuficiente é considerada o maior entrave ao desenvolvimento econômico.
No Brasil, assim como na média da América Latina, o principal problema apontado pelos entrevistados é a falta de competitividade internacional e de mão de obra qualificada. "A preocupação com a competitividade é mais recente, a partir de 2008. Está ligado a câmbio. Antes, o foco era a inflação", destacou Lia.