A desoneração da folha de pagamentos, com a troca da incidência direta na folha por um porcentual do faturamento, é uma medida que pode contribuir para a retomada da atividade econômica, avaliam 68% dos empresários industriais. Desse total, no entanto apenas 18% acreditam que a medida é fundamental para estimular o crescimento. Fatia de 50% avalia que a desoneração terá apenas uma contribuição parcial no estímulo à economia. O dado foi apurado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que divulgou nesta quinta-feira uma "Sondagem Especial" sobre a desoneração da folha.
O levantamento apontou que 48% das empresas da indústria da transformação e da indústria extrativa já incluídas no novo regime de recolhimento da contribuição ao INSS avaliam que a medida é positiva ou muito positiva. A redução do valor da contribuição foi o melhor benefício indicado nesse grupo, com 83% das indicações. Também foi apontada melhora no fluxo de caixa, com 46% das respostas. Isso porque o recolhimento ocorre após a venda - sobre o faturamento - e não antes da venda (na folha de pagamentos).
Mas a satisfação não envolve todos. Entre as empresas contempladas pelo novo sistema, 18% responderam que, se pudessem deixariam o novo regime de contribuição. Entre as empresas que ainda não estão incluídas, 39% disseram que gostariam de ser contempladas. A sondagem apurou também que 32% de todas as empresas entendem que o faturamento é a melhor base tributária para a contribuição patronal ao INSS. "Não há preferência clara sobre o tipo de contribuição preferida", diz o gerente executivo de política econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, que neste momento está comentando a pesquisa.
Para a elaboração do estudo, foram consultadas 1.790 empresas industriais, sendo 643 pequenas, 683 médias e 464 grandes. As informações foram coletadas entre os dias 1º e 11 de outubro deste ano.