A efetiva recuperação da atividade industrial ficará para o início de 2013, projeta o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), Aloisio Campelo. A desaceleração do nível de utilização da capacidade instalada (Nuci), de 84,2% para 84%, na passagem de outubro para novembro, demonstra que a indústria não está respondendo neste quarto trimestre como o mercado esperava.
"Há, principalmente, um componente de incerteza em relação ao ritmo de crescimento da indústria, sobretudo após a extinção da medida de redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)", explicou Campelo.
A avaliação do economista para a prévia da sondagem da indústria divulgada nesta quinta-feira, que demonstrou recuo da confiança do empresariado de 0,8% neste mês, é que a retomada da atividade não está tão forte como se esperava neste fim de ano. Em vez disso, o cenário é de retomada gradual.
O quadro é heterogêneo entre os diferentes segmentos. A categoria de duráveis, favorecida pela redução de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), responde melhor à desaceleração da economia do que a de bens de capital, por exemplo, que depende de investimento por parte de outros setores, destacou Campelo.
Soma-se a isso o cenário internacional. "Não é só o enfraquecimento de economias que são o destino de nossas exportações. Países emergentes procuram redirecionar suas vendas para mercados que ainda crescem, como o Brasil. Ainda há exposição em setores intensivos em mão de obra", acrescentou.