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Estado de Minas

Casa própria com juros mais baixos

Cooperativas de crédito terão linha de financiamento para habitação. Consumidor será beneficiado com taxa menor


postado em 26/11/2012 07:44 / atualizado em 26/11/2012 07:45

Os consumidores interessados em comprar um imóvel terão mais opções na hora de contratar um financiamento a partir dos próximos meses. Além de produtos como empréstimos pessoais e cartão de crédito, pelo menos duas cooperativas de crédito criarão parcelamentos específicos para os associados que desejarem adquirir a casa própria. O diferencial, segundo os agentes financeiros, serão as taxas de juros mais baixas que as praticadas pelos bancos convencionais.

Atentos aos desejos dos brasileiros de sair do aluguel e de olho nesse mercado robusto, as cooperativas prometem entrar de forma agressiva no interior do país. Estimativas do setor indicam que no Brasil há um déficit habitacional de pelo menos 17 milhões de novas unidades até 2022.

A novidade deve fazer barulho no sistema financeiro, já que cooperativas – entidades que se definem como “sem fins lucrativos” – prometem taxas de juros menores que as oferecidas no mercado. A primeira cooperativa a manifestar interesse em criar o produto foi a Sicredi, presente em 10 estados, com mais de 2 milhões de associados. Procurada pela reportagem, disse que só comentará a nova linha de atuação quando o processo for concluído no Banco Central e publicado no Diário Oficial da União (DOU).

Também interessada em oferecer crédito para compra de imóveis, o Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob) estrutura um projeto para entrar em operação no primeiro semestre de 2013. Atuando em 13 estados, com 2,3 milhões de associados, o Sicoob pretende ofertar R$ 100 milhões no primeiro ano de operação da linha imobiliária. A gestão dos recursos ficará a cargo do Banco Cooperativo do Brasil (Bancoob), braço financeiro do sistema de cooperativas.

O superintendente de gestão estratégica do Bancoob, Cláudio Halley, explica que as operações se concentrarão no interior do país, pois é nas cidades com até 100 mil habitantes que a instituição financeira tem presença marcante. Halley observa que, além do déficit de 17 milhões, há uma demanda de mais 5 milhões de residências para quem compartilha a moradia com familiares ou com amigos e quer comprar a própria casa. “Entendemos que a nossa forte presença no interior do país nos torna o agente financeiro ideal para possibilitar que a população menos favorecida tenha condições de ter acesso a crédito”, ressalta.

OPORTUNIDADE
O gerente do setor de crédito da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Silvio Giusti, avalia que o mercado imobiliário continua em expansão e a demanda por financiamentos é uma grande oportunidade de negócios. Ele ressalta que com a redução da taxa básica de juros (Selic) e o potencial de consumo dos brasileiros há espaço para competição nesse mercado. Giusti afirma que as cooperativas oferecerão aos associados parcelamentos atrativos, com percentuais justos.

“Temos um papel social grande e somos motores de desenvolvimento de várias regiões. Mais de 6 milhões de pessoas são associadas e, com a criação do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) das cooperativas singulares de crédito e dos bancos cooperativos pelo Banco Central, em outubro passado, o governo demonstrou interesse em fortalecer nossa atuação”, completa.

Na avaliação do sócio titular da JLC Consultores Associados e especialista em organização e normas do sistema financeiro, José Luiz Rodrigues, o sistema de cooperativas de crédito no país está bem estruturado. Ele avalia que a entrada das instituições no crédito imobiliário trará mais competição ao mercado. Segundo Rodrigues, os consumidores serão beneficiados com essa novidade e podem esperar taxas de juros mais baixas que as praticadas pelos bancos convencionais.

“O governo tem dado sinais de que a entrada das cooperativas nesse mercado é importante. Uma prova disso é a criação de um fundo garantidor de crédito específico para essas instituições. Há uma carência de financiamentos no interior do país, onde essas empresas estão mais presentes. Eles têm todas as condições de competir”, diz Rodrigues.

Para o vice-presidente da Associação Brasileira do Mercado Imobiliário (ABMI), Pedro Fernandes, a proposta das cooperativas é positiva, pois fomentará a competição. “O consumidor terá mais uma opção. Os bancos convencionais precisam se reinventar e taxas de juros mais atrativas podem surgir com esse movimento.”

Lucro após o sonho


Brasília – Brasileiros de todas as classes sociais buscam o conforto da casa própria e a rentabilidade do mercado imobiliário. De olho em imóveis mais amplos, os potenciais compradores ignoram a crise europeia, aproveitam a queda dos juros e negociam preço, mas sem pressa de fechar negócio. Pesquisa da Consultoria Datastore comprova que 30% da população deseja comprar imóvel no médio prazo (nos próximos 24 meses). Um entre cada quatro cidadãos com renda até seis salários mínimos (25% do total) vai usar o imóvel como investimento ou para moradia futura da família. Dos que ganham acima de seis mínimos, 40% miram nos lucros. Desses, 70% vão revender e 30% alugar ou acomodar os filhos.

“O mercado passa por um período de acomodação e de equilíbrio entre a oferta e a demanda. Na prática, os preços estão se ajustando. As expectativas são boas para 2013, mas os consumidores não vão comprar com a velocidade que se viu de 2010 a 2011. Essa tendência mais lenta deve se manter por, pelo menos, 18 meses”, explicou Marcus Araujo, presidente da Datastore. O freio é natural e decorrente da explosão de vendas nos últimos dois anos, disse. Os imóveis comprados naquela época começam a ser entregues agora e colocados à venda com juros mais baixos, concorrendo com os lançamentos.

O aumento da longevidade e a inserção da mulher no mercado de trabalho passaram também a interferir nas dimensões da casa. Entre os compradores com renda entre três e seis salários mínimos, a maioria (52%) prefere imóvel com três dormitórios, e 48%, de dois quartos. Esse público (90%) aceita morar em locais mais distantes. Os com renda acima de seis salários mínimos almejam mais espaço: 57% querem três dormitórios; 34%, dois; 8%, quatro; e apenas 1% escolhe imóveis com um dormitório.


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