Depois de acumular alta de quase 4% na semana passada, a segunda-feira começou com uma realização de parte dos lucros na Bovespa. O movimento foi amparado pelo mau humor externo, devido à incerteza sobre a reunião em Bruxelas para definir a liberação de ajuda financeira à Grécia e o abismo fiscal nos EUA. Também colaborou para o cenário negativo o resultado das eleições regionais na Espanha no fim de semana. As blue chips - Vale e Petrobras - e as siderúrgicas terminaram o dia em queda.
O Ibovespa encerrou com declínio de 1,45%, aos 56.737,10 pontos. Com o recuo, o índice passou a acumular perda de 0,58% no mês e, no ano, de 0,03%. Na mínima, o índice atingiu 56.502 pontos (-1,86%) e, na máxima, se manteve estável, nos 57.572 pontos. O giro financeiro ficou em R$ 5,122 bilhões. Os dados são preliminares.
As incertezas com o cenário internacional vão continuar ditando o ritmo dos negócios por aqui e, a menos que tenha alguma sinalização de que as dúvidas não irão para o novo ano, a perspectiva para a Bolsa continua sendo mais negativa do que positiva, segundo o sócio-diretor da Título Corretora, Marcio Cardoso.
Por aqui, as ações da Petrobras registraram queda de 2,27% a ON e 1,83% a PN, refletindo dados sobre a produção de petróleo divulgados hoje. A petroleira informou que, no Brasil, a produção atingiu 1,940 milhão de barris por dia (bpd) em outubro O resultado do mês passado ficou 5,3% acima da marca de setembro. Segundo operadores, apesar da expansão, o volume continua baixo. A produção total de petróleo e gás natural da Petrobras, considerando os campos no Brasil e no exterior, atingiu 2,581 milhões de barris de boe/d, expansão de 4,4% ante setembro.
Já a Vale perdeu um pouco menos, 0,84% na ação ON e 0,50% na PNA A CSN ON caiu 4,30% e figurou entre os destaques de queda do Ibovespa. Gerdau PN perdeu 1,96% e Gerdau Metalúrgica PN recuou 2,25%. Hoje o Goldman Sachs reduziu o preço-alvo para as ações da CSN, de R$ 12,7 para R$ 11,6, após atualizar suas projeções para a empresa já incorporando os resultados do terceiro trimestre de 2012.
Já o lado positivo teve como destaque as ações da Eletrobras, que apanharam bastante nos últimos dias, e também da Cesp. Os papéis PNB e ON da Eletrobras encerraram com ganhos de 4,16% e 3,02%, respectivamente. Já os da Cesp lideraram as altas, com avanço de 7,10%. Esta é uma semana importante para o setor, pois é a última para as empresas pensarem sobre suas estratégias e o que irão fazer com suas concessões dentro das novas regras da MP 579. Até agora, duas delas já tornaram pública a decisão de não renovar as concessões: Celesc e Transmissão Paulista - enquanto que Eletrobras avisou que seguirá com os ativos.
Nos EUA, o Congresso norte-americano retoma seus trabalhos nesta semana em Washington, após o feriado prolongado do dia de Ação de Graças, e os legisladores tentarão chegar a um acordo para evitar mais de US$ 600 bilhões em aumentos de impostos e redução de gastos automáticos em 1º de janeiro.
Câmbio - Na mínima do dia, verificada pela manhã, o dólar foi cotado a R$ 2,0750 (queda de 0,38%) e, na máxima, vista durante a tarde, a R$ 2,0870 (alta de 0,19%). Da mínima para a máxima a moeda oscilou +0,58%. Pouco depois das 16h30, o giro financeiro à vista somava US$ 2,188 bilhões (US$ 2,122 bilhões em D+2) - um volume mais consistente que o da última sexta-feira no mercado à vista, quando o mercado norte-americano fechou mais cedo. Na BM&F, o dólar pronto fechou em baixa de 0,19%, a R$ 2,0825, com oito negócios. Às 16h44, o dólar para dezembro de 2012 era cotado a R$ 2,0835, com baixa de 0,02%, após marcar durante o dia máxima de R$ 2,0885.
Juros - Ao término da negociação normal na BM&F, o juro com vencimento em janeiro de 2015 (34.095 contratos) indicava mínima de 7,93%, de 7,97% no ajuste. Na parte longa da curva, o contrato com vencimento em janeiro de 2017 (59.640 contratos) estava em 8,74%, de 8,76% na sexta-feira. A taxa para janeiro de 2021 (4.410 contratos) projetava 9,37%, ante 9,41% no ajuste. No trecho mais curto da curva de juros, a taxa para janeiro de 2013 (apenas 1.050 contratos) estava em 7,08%, de 7,07%, com o mercado precificando estabilidade da Selic no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) da próxima semana. O DI para janeiro de 2014 (311.665 contratos) marcava mínima de 7,33%, nivelado ao ajuste de sexta-feira.