A presidente da Standard & Poor's para o Cone Sul, Regina Nunes, afirmou que o rating do Brasil poderia evoluir mais rápido se o País tivesse uma melhor infraestrutura. "Contudo, não precisa esperar 10 anos para que essa evolução ocorra. Na medida em que os investimentos no setor de logística e transportes começam a maturar, em poucos anos isso vai reduzir custos das empresas, o que vai baixar pressões sobre inflação e elevar o PIB potencial" destacou. Ela destacou que a nota soberana do Brasil pela Standard & Poor's é BBB, com perspectiva estável.
Regina destacou que caso o governo venha mantendo bom desempenho dos fundamentos da evolução da economia, com inflação sobre controle, superávit primário na meta e evolução do produto interno bruto, há boas chances de que a "perspectiva do País continue em processo de evolução" em 2013. "Depois que a perspectiva é alterada, normalmente a nota do País é alterada em um horizonte de 12 a 14 meses", disse.
"Mas isso pode ocorrer antes. Por exemplo, se o País fizer investimentos em infraestrutura que vão permitir uma melhora substancial da logística nacional", ponderou, durante intervalo do seminário "Financiamento para o Desenvolvimento", da série de Fóruns Estadão Brasil Competitivo, da série Fóruns Estadão Brasil Competitivo, promovido pelo Grupo Estado em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Em sua fala no evento, Regina afirmou que os investimentos em infraestrutura no Brasil poderão alcançar entre US$ 500 bilhões e US$ 700 bilhões em cinco anos. "É uma média de US$ 100 bilhões por ano de recursos necessários para modernizar vários setores fundamentais para o País, como rodovias, portos e aeroportos", comentou.
De acordo com Regina, entre esses recursos está uma parcela dos investimentos previstos para o pré-sal, que se fossem considerados de forma integral levariam o montante para US$ 1 trilhão em um horizonte de meia década. Ela ponderou que o Brasil apresenta restrições sérias no setor de transportes e logística em termos nacionais devido a dificuldades econômicas do passado, que fizeram com que os investimentos em projetos de longo prazo fossem muito baixos nos últimos 20 anos.