As presidentas do Brasil, Dilma Rousseff, e da Argentina, Cristina Kirchner, devem conversar hoje, em Los Cardales, a 80 quilômetros de Buenos Aires, sobre as medidas para negociar uma área de livre comércio na América do Sul até 2019. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse hoje que o cronograma, que começou a ser negociado em 2003, está avançado.
No encontro, também estarão em discussão temas relativos ao Mercosul e à União de Nações Sul-Americanas (Unasul). Dilma almoça com Cristina e, em seguida, retorna a Brasília. Ela também foi a Buenos Aires para participar da 23ª Conferência Industrial Argentina, promovida pela União Industrial Argentina, cujo tema é a relação entre as duas principais economias do Mercosul.
“As duas exceções são a Guiana e o Suriname, que levarão na prática uma eventual área de livre comércio até 2019”, disse Patriota, antes da chegada da presidenta à Argentina. “[O estudo é feito] com base na moldura fornecida pela Aladi [Associação Latino-Americana de Integração], digressão progressiva até 2019. É um cronograma que já foi negociado, não é novidade.”
Patriota analisou o tema durante a Conferência Industrial Argentina para empresários brasileiros e argentinos. Segundo o chanceler, os estudos estão avançados, pois, com o Chile, por exemplo, 98% do comércio com o Mercosul é livre. As articulações também caminham de forma progressiva, de acordo com ele, com o Peru e a Venezuela.
Ao ser perguntado se a China, como potência econômica, atrapalha o avanço dos planos de adoção da área de livre comércio, Patriota negou os riscos. O chanceler disse que é necessário avaliar a China e seu potencial como um novo fator.
“A China é um novo fator na nossa equação brasileira e regional”, destacou ele. “É um fator que oferece enormes oportunidades. Nós [o Brasil] somos um dos poucos países que têm superávit comercial [com a China], que não é pequeno, chegou a US$ 10 milhões”, disse ele.
Patriota acrescentou ainda que o ideal é buscar uma aproximação com a China que promova benefícios. No caso do Brasil,o esforço é para ampliar e diversificar a pauta exportadora, assim como atraindo mais investimentos dos chineses para o país.
A presidenta Dilma Rousseff passa o dia hoje (28) em Buenos Aires, capital da Argentina. Dilma tem reuniões com a presidenta Cristina Kirchner e participa da 23ª Conferência Industrial Argentina. A conferência é promovida pela União Industrial Argentina, equivalente à Confederação Nacional da Indústria, e o tema neste ano é Argentina e Brasil: Integração e Desenvolvimento ou o Risco da Primarização.