A chefe de mercado de capitais da área de dívida do Santander, Cristina Schulman, disse nesta quarta-feira que a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) estuda alterações nas regras de diversificação de fundos para criar mecanismos de investimentos em projetos de infraestrutura. "A Anbima estuda formas de adequação às características do mercado", disse, depois de participar do evento "Financiamento para o Desenvolvimento", da série Fóruns Estadão Brasil Competitivo, promovido pelo Grupo Estado em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Em 2012, houve apenas uma emissão de debêntures de infraestrutura no mercado brasileiro, da AutoBan. Segundo ela, as regras determinam que um fundo pode investir, no máximo, 20% dos seus ativos em um único papel. "Então como criar um fundo para investir em infraestrutura se só existe um ativo?", questiona, para ilustrar a importância da revisão atual das regras de diversificação.
A projeção do Santander é de desenvolvimento do mercado de debêntures em infraestrutura, com mais empresas emitindo títulos nos próximos anos. No entanto, disse Cristina, esperar até que isso aconteça não pode ser uma opção. "Senão vamos chegar ao problema do ovo e da galinha", ilustrou a executiva, ao se referir à possível situação de falta de interesse dos investidores por causa do baixo número de debêntures emitidas e ao baixo empenho das empresas em emitir os bônus por causa do mercado fraco.