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Estado de Minas

Agronegócio barra queda do PIB, mas atividade também desacelera

Mas atividade também desacelera e início da entressafra traz preocupação


postado em 01/12/2012 00:12 / atualizado em 01/12/2012 07:36

Plantação de café em Minas: ganho de eficiência na produção de 14,5% foi um dos destaques do setor agropecuário do país no terceiro trimestre(foto: MARIA TEREZA CORREIA/EM/D.A PRESS %u2013 26/7/12)
Plantação de café em Minas: ganho de eficiência na produção de 14,5% foi um dos destaques do setor agropecuário do país no terceiro trimestre (foto: MARIA TEREZA CORREIA/EM/D.A PRESS %u2013 26/7/12)
O agronegócio, sobretudo a lavoura, foi o grande destaque positivo do desempenho da economia brasileira no terceiro trimestre, com uma expansão de 3,6% sobre igual período do ano passado. Em relação ao trimestre anterior, o crescimento foi de 2,5%, contribuindo para o resultado global divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por produto, o destaque maior foi o milho, que avançou na comparação anual dos trimestres tanto em volumes produzidos (27,1%) quanto em área plantada (10,2%).

“É interessante notar os ganhos de produtividade no campo, mesmo em culturas que sofreram forte retração”, observou Rebeca Palis, gerente de Contas Nacionais do IBGE. Ela ressalta, contudo, que o agronegócio tenha um peso de apenas 5,5% no PIB, ajudando relativamente pouco para uma melhora do índice geral do Produto Interno Bruto (PIB). O café conseguiu o melhor ganho de eficiência, com aumento de 14,5% de produção e apenas 0,1% de acréscimo de área plantada.

Apesar de ter deixado o PIB a salvo de queda, o setor agropecuário desacelerou na passagem do segundo trimestre, quando a expansão foi de 4,6%, para o período de julho a setembro, observa a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O começo da entressafra é determinante para essa perda de dinamismo, segundo a presidente da instituição, Kátia Abreu. “No terceiro trimestre do ano, as atenções dos produtores rurais estão voltadas para o planejamento da safra seguinte, que está sendo plantada”, disse, em nota distribuída à imprensa.

Ainda no terceiro trimestre, a substantiva queda na produção da cana-de-açúcar (-7,5%), em relação a mesmo período de 2011, veio acompanhada de uma redução ainda maior da extensão de plantio (-9,5%). Igual fenômeno se verificou nas lavouras de trigo, com tombo de 14,5% na produção e 11,6% na área plantada. Outros destaques negativos na colheita foram na laranja (-3,9%) e mandioca (-4,4%), esta última mesmo com plantio 7,6% maior.

Maiores produtores de café no Brasil, os mineiros contabilizaram ganho, uma vez que a farta safra compensou a queda dos preços, estimada em 22% na comparação com o ano passado, lembra Pierre Santos Vilela, coordenador da assessoria técnica da Federação da Agricultura e Pecuária no Estado do Minas Gerais (Faemg). “O milho e o trigo também já vinham contaminados por bons preços e a safra de cana no Sudeste não parou de crescer, o que ajudou no resultado do setor”, afirma o especialista.

Efeito da seca
No caso do milho e do trigo, as cotações foram influenciadas, respectivamente, pelas quebras de safra nos Estados Unidos e na Rússia, por causa da seca. No sentido oposto ao dos grãos e do café, a citricultura não conseguiu contrabalançar os preços menores este ano e a pecuária enfrentou redução das exportações. O cenário comprometeu a contribuição que essas culturas poderiam dar ao PIB brasileiro. “Houve uma situação climática atípica, além da safra recorde do café e do reforço da produção da cana no Sudeste”, destaca Pierre Vilela.

Item com peso decisivo no PIB do agronegócio, o café chega a responder por 27% da renda bruta da agropecuária em Minas. Outros produtos que se destacaram favoravelmente no terceiro trimestre foram milho, algodão, trigo e soja. No primeiro levantamento de intenção de plantio no Brasil, divulgado em outubro, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) previu recordes na área cultivada e na produção de grãos na safra 2012/2013. É esperado aumento entre 80,1 mil e 1,36 milhão de hectares, representando no máximo 2,7% de acréscimo, e a produção poderá alcançar de 177,68 milhões a 182,27 milhões de toneladas, o que significa até 10% de incremento sobre os 165,7 milhões de toneladas da safra passada.


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