A Grécia está perto de alcançar a meta do plano de recompra de dívida exigido pelos credores oficiais do país como precondição para o desbloqueio de um novo auxílio à Grécia, disseram neste sábado autoridades familiarizadas com o plano.
No início do dia, a agência de gestão da dívida da Grécia - encarregada de conduzir a recompra - ainda estava calculando os resultados de ofertas feitas por investidores interessados em participar do negócio. Segundo fontes, a oferta total - incluindo detentores nacionais e estrangeiros de títulos gregos - estava perto da meta de 30 bilhões de euros (US$ 39 bilhões). A contagem final está prevista para ser concluída no início da tarde deste sábado.
"Os resultados estão entre satisfatórios e bons", disse um alto funcionário do governo, que não quis ser identificado. "Nós não alcançamos a meta ainda, mas isso vai ocorrer."
A Grécia encerrou o período de oferta para o programa de recompra da dívida na noite de sexta-feira (07), cerca de duas semanas depois de os ministros das finanças da zona do euro chegarem a um acordo em Bruxelas sobre uma série de medidas para reduzir ainda mais os encargos da dívida da Grécia. A mais significativa dessas medidas era um plano em que a Grécia usaria até 10 bilhões de euros para comprar de volta bônus em circulação a cerca de um terço do seu valor, o que reduziria a dívida total do país em 20 bilhões de euros.
Ministro da zona do euro e o Fundo Monetário Internacional tornaram o programa de recompra uma precondição para desbloquear uma próxima parcela da ajuda à Grécia. A recompra deve ser concluída até a quarta-feira (12), um dia antes do prazo para os ministros das finanças da zona do euro decidirem se dão a luz verde para a próxima parcela de ajuda.
A Agência de Gestão da Dívida Pública da Grécia deu aos obrigacionistas até às 17h do horário de Londres na sexta-feira (07) para fazer ofertas de quantos títulos venderiam e a que preço. A agência está agora revendo os lances, mas uma decisão final sobre quantos bônus o governo vai realmente comprar e o valor pago pode não sair nos próximos dias, de acordo com pessoas familiarizadas com o negócio.
Segundo uma delas, os resultados da recompra provavelmente não serão anunciados até a segunda-feira (10), no mínimo, porque funcionários da zona do euro precisariam avaliar o possível alívio da dívida alcançado com a operação antes de concordar em emprestar Grécia o dinheiro de que necessita para completar o exercício. A fonte acrescentou que prazo de sexta-feira (07) não seria prorrogado para qualquer conjunto de investidores.
Poucas horas antes do prazo final, os quatro principais bancos do país - Banco Nacional da Grécia, Eurobank Ergasias, Alpha Bank e Piraeus Bank - fizeram reuniões de conselho para discutir o negócio. Depois disso, três deles, incluindo o líder de mercado, Banco Nacional, disseram que seus conselhos haviam decidido por unanimidade pela participação, assim como a credora estatal Hellenic Postbank. O Piraeus Bank não se manifestou.
Na sexta-feira (07), o ministro de finanças da Grécia disse que o governo iria proteger diretores dos bancos de ações judiciais de acionistas relativas a possíveis perdas em investimentos decorrentes da participação na recompra. Em uma entrevista de rádio, Yannis Stournaras afirmou que o governo proporia uma proteção a membros do conselho, como fez no início deste ano, quando a Grécia fez uma reestruturação da dívida de € 200 bilhões. As informações são da Dow Jones.