Os desdobramentos da crise financeira internacional, bem como as incertezas quanto às perspectivas de crescimento da economia brasileira marcaram o ambiente econômico de 2012 e implicaram cautela dos investidores. A despeito desse cenário, a economia mineira vem apresentando trajetória de recuperação, mantendo, desde o final de 2011, um ritmo superior ao do Brasil em termos de crescimento do PIB.
A secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werneck, destacou, durante entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira, a divulgação de outros índices em que o Estado atingiu patamares superiores ao do Brasil.
PIB
Até o segundo trimestre de 2012, o Estado vinha mantendo um ritmo superior ao do Brasil em termos de crescimento do PIB. No acumulado do ano (janeiro e setembro), de acordo com a Fundação João Pinheiro (FJP), Minas Gerais registrou uma variação de 2,1%, enquanto o Brasil apresentou uma variação de 0,7% no mesmo período. Esse resultado aponta a tendência de que Minas termine o ano com uma variação real do PIB superior à prevista para o Brasil.
Outro número positivo é o da produção industrial. De acordo com os últimos dados do IBGE, a produção industrial estadual também vem crescendo acima da média nacional. Em outubro de 2012, a produção industrial em Minas cresceu 2,8%, em relação a setembro, já descontadas as influências sazonais, enquanto que o Brasil, na mesma comparação, apresentou crescimento de 0,9%.
Grau de investimento
A agência americana de classificação de risco, Standard & Poor’s, publicou em julho deste ano, relatório técnico atribuindo ao Governo de Minas o rating (BBB-) indicando o Estado ao status de investiment grade (grau de investimento). A classificação do Estado no grau de investimento permite diversos benefícios, como um ambiente de negócios mais favorável, taxas de juros menores e atração de grandes investidores de países desenvolvidos que, por regras dos seus estatutos, só podem investir em ativos considerados de baixo risco.
Já em novembro deste ano, a mesma agência de classificação de risco anunciou para o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) o rating correspondente ao grau de investimento nas escalas nacional (AAA) e global (BBB-), com perspectiva estável, segundo avaliação da Standard & Poors (S&P). Essa conquista abre novas frentes de atuação para o banco. A partir de agora, o BDMG poderá acessar o mercado internacional e ainda contar com uma redução nas taxas de captação. Com isso, o banco terá mais possibilidades de garantir funding adequado para ampliação de suas operações.
“Todos estes indicadores demonstram que Minas Gerais está no caminho certo. O grande desafio para 2013 é manter estes resultados positivos”, afirmou Dorothea Werneck.
Atração de investimentos
O ano de 2012 consolidou Minas Gerais como importante polo de atração para os investimentos. Foram assinados, com assistência do Instituto de Desenvolvimento Integrado (Indi), entre janeiro e novembro, 158 protocolos de intenções para investimentos em diversos setores, que somam R$ 17,4 bilhões, com a criação de 66.379 empregos (26.821 diretos e 39.558 indiretos).
O presidente do Indi, José Frederico Álvares, destacou o número de protocolos firmados com o Governo de Minas Gerais, salientando que a atração de investimentos contemplou todas as regiões do Estado. “Além de melhor distribuídos, houve também uma diversificação dos setores, cujas empresas optaram por investir em Minas. A grande motivação do Indi é continuar a prospecção de novos projetos e criar, cada vez mais, melhores condições para atrair investidores”, frisou.
Minas foi classificada também entre os três estados mais competitivos do país, de acordo com estudo divulgado pelo grupo inglês Economist Intelligence Unit (EIU), da revista The Economist. O estudo analisa 26 indicadores divididos em oito categorias e dá notas de 0 a 100 para os Estados. Minas Gerais ganhou a nota máxima (100 pontos) nos indicadores de política de investimentos estrangeiros, estabilidade política, universitários graduados, plano de meio ambiente, reguladores ambientais, incentivos fiscais para pesquisa e desenvolvimento e investimento.
Uma das grandes preocupações da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sede) tem sido a divulgação das principais vantagens competitivas do Estado, no sentido de ampliar a participação de Minas no cenário nacional e também internacional. A Sede tem pautado sua atuação na ampliação do desenvolvimento, com foco na nova economia e em projetos que permitam a diversificação econômica e a geração de empregos mais qualificados. Os resultados dessas políticas podem ser percebidos nos números de vários indicadores econômicos.
No âmbito nacional, Minas foi o Estado número um em política de investimento estrangeiros, à frente de Rio de Janeiro e São Paulo, segundo e terceiro colocados, respectivamente.
PPP
Outro reconhecimento internacional obtido pelo Estado veio com o Prêmio de Melhor Programa de Parcerias Público-Privadas do Mundo, concedido este ano pela revista britânica World Finance, publicação especializada em finanças e reconhecida internacionalmente, que, desde 2007, premia organizações, em todo o mundo, líderes em seus setores. Este ano, pela primeira vez, foi incluída na premiação uma categoria governamental: Melhor Programa de Infraestrutura/PPP.
Quatro contratos de PPP já foram concluídos ou estão em fase de conclusão e outros sete estão em fase de modelagem e de procedimento de manifestação de interesse.
Comércio exterior
Minas Gerais continua sendo o principal responsável pelo saldo comercial do país, mesmo tendo apresentado queda nos números da sua balança comercial em novembro, em consequência da crise econômica mundial. O saldo comercial em Minas atingiu US$ 22,28 bilhões no acumulado dos últimos 12 meses (dezembro de 2011 a novembro de 2012), enquanto o saldo nacional foi de US$ 21,02 bilhões no mesmo período de comparação. Já no acumulado do ano (janeiro a novembro), o saldo comercial de Minas foi US$ 19,7 bilhões enquanto o saldo nacional ficou US$ 17,2 bilhões.
Também apresentaram seus destaques os presidentes das instituições que compõem o Sistema de Desenvolvimento Econômico, como BDMG, Cemig, Gasmig, Codemig e Jucemg.