O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse nesta terça-feira, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que a crise internacional de 2008 provocou "forte contração" do mercado de crédito externo, com reflexos no mercado de crédito brasileiro.
De acordo com ele, os impactos foram mais fortemente identificados em pequenos e médios bancos, que sofreram pressão de liquidez e dificuldades de captação de recursos. "Com isso, o Banco Central do Brasil passou a exercer monitoramento mais rigoroso de cessão de créditos em 2010", afirmou. Essas atividades, de acordo com ele, resultaram na identificação de "inconsistências contábeis" do banco Panamericano. Tais fragilidades motivaram o BC, conforme Tombini, a intensificar o monitoramento de um grupo específico de bancos.
O presidente do BC disse também que, apesar do retorno à normalidade, em alguns casos pontuais "fez-se necessária" a maior atuação do Banco Central para solucionar situações mais críticas por meio de ajustes e saneamentos. Tombini disse, porém que as dificuldades de bancos menores não estavam relacionadas a problemas macroeconômicos.
Tombini destacou a importância de se obter soluções de mercado para o salvamento de bancos em dificuldades, antes que a autoridade monetária precise decretar regimes especiais para essas instituições. Ele admitiu que o uso desse instrumento sempre afeta em maior ou menor medida a credibilidade do sistema financeiro.