Desde 1999 "se pratica regime de flutuação suja de câmbio" no Brasil. A declaração é do diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo. Ele afirma também que o "câmbio flutuante continuará sendo a primeira linha de defesa do País para choques".
Ele cita ainda que a crise de confiança de 2002, quando a cotação do real ante o dólar quase bateu R$ 4, mostrou o quanto é importante para o País ter um volume expressivo de reservas cambiais. A experiência de 10 anos atrás deixa claro que a flutuação cambial precisa de liquidez internacional.
O diretor do BC diz que a política monetária mais adequada é a que a autoridade monetária vem adotando e consta do conteúdo da última ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). "E a ata fala que a estabilidade das condições monetárias por período de tempo suficientemente prolongado é a forma mais adequada de garantir a convergência da inflação, ainda que de forma não linear".
Ainda conforme o executivo, o Relatório Trimestral de Inflação de setembro diz que a inflação convergirá para o centro da meta, em termos anualizados, no terceiro trimestre de 2013. "É com esse cenário que a autoridade monetária trabalha, mas no relatório de dezembro, o BC pretende revisar suas projeções", falou durante evento em São Paulo nesta terça-feira.
Hamilton projeta também que, se a inflação nos últimos anos fosse de 4,5%, teríamos uma situação melhor.