O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que a autoridade monetária "não faz papel de avestruz na fiscalização dos bancos". Em resposta a parlamentares em audiência pública no Senado, ele completou que o BC tem reforçado sua capacidade em atuar preventivamente no sistema financeiro. "Nossa capacidade de identificar inconsistências contábeis tem sido fortalecida", argumentou.
Segundo Tombini, a atividade de fiscalização requer uma grande habilidade por parte do Banco Central, para que a instituição possa endereçar os problemas de alguns bancos sem colocar em risco a estabilidade do sistema financeiro. "O BC não entra em questões de negociação. Mas se não houver solução de mercado, vamos dar uma solução final. Estamos utilizando o aparato da fiscalização para endereçar casos concretos de uma maneira serena", acrescentou. O presidente da autoridade monetária disse ainda que a atuação do BC é cotidiana e citou o uso de um conjunto de ferramentas variado desde a crise de 2008.
Tombini acrescentou que o Brasil possui condição favorável de financiamento do balanço de pagamentos. "Construímos um colchão de liquidez de moeda estrangeira", pontuou, o que gera uma situação confortável hoje com relação à vulnerabilidade externa. Ele fez a avaliação ao comentar que há "vários indicadores" no País que atestam a resiliência da economia doméstica e enfatizou que o sistema financeiro nacional é considerado um dos mais bem avaliados entre os países do G-20 e tem sido fonte de estabilidade para a economia brasileira.
O presidente do BC citou também a capacidade da indústria e do agronegócio locais de atraírem "somas vultosas" de investimento estrangeiro. Ele lembrou que o Brasil é o quarto destino de Investimento Estrangeiro Direto (IED), depois de Estados Unidos, China e da Europa.