Apesar das 8,5 mil demissões na indústria paulista em novembro, o mês passado foi considerado bom em nível de emprego, diz a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Segundo o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon), Paulo Francini, os resultados do mês costumam ser piores. Em 2011, a indústria paulista demitiu 47,5 mil empregados em novembro. "A pequena queda de novembro pode ser um princípio de um final de ano positivo", afirmou.
Na variação sem ajuste sazonal, o nível de emprego caiu 0,33% em novembro ante outubro deste ano. Na mesma base de comparação, em 2011, a queda foi de 1,77%. Na série com ajuste sazonal, o nível de emprego no mês de novembro ficou positivo, com variação de 0 53% ante outubro. A perspectiva mais otimista para a indústria paulista fez com que a Fiesp revisasse a previsão de demissões de 65 mil postos de trabalho para 60 mil em 2012.
Francini disse que o resultado de novembro tem duas causas. A primeira é conjuntural, ligada ao setor de açúcar e álcool, e a segunda é a redução das demissões por parte dos demais setores, causada por uma possível trajetória de recuperação da indústria. "O setor de açúcar e álcool tem um ano de certa anormalidade. Começou a colher tardiamente e a colheita demorou mais tempo do que deveria. A devolução dos empregos gerados pelo setor irá acontecer em dezembro, e não em novembro, como nos anos anteriores", disse.
Em novembro, o setor demitiu "só" 2.407 empregados, de acordo com o diretor do Depecon. Os demais setores demitiram no mesmo mês aproximadamente 6 mil funcionários. Segundo Francini, no ano passado, o número dos demais setores chegou a 18 mil. "Esse resultado pode significar que a indústria está mais otimista do que em outros meses de novembro? Sim", comentou Francini, ao dizer que o dado leva à "possibilidade de uma leitura positiva, dando algum sinal de que a trajetória de recuperação está em curso".
No mês passado, dos 22 setores analisados pela Fiesp, 15 fecharam postos de trabalho, com destaque para 1,5 mil demissões no setor de confecção de artigos do vestuário e acessórios. Em segundo lugar na lista dos setores que mais demitiram está o de preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados, com 1,3 mil demissões.