A presidenta Dilma Rousseff manifestou hoje, em conversa com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, preocupação quanto às medidas de austeridade que vêm sendo impostas aos países da Europa que enfrentam crise financeira. Além de economia, os dois presidentes também conversaram sobre temas da agenda internacional e cooperação entre Brasil e Rússia nas áreas de ciência e tecnologia.
“[Pretendemos] manter profundo diálogo sobre a reforma no Fundo Monetário [Fundo Monetário Internacional] e instituições financeiras internacionais para que seus órgãos reflitam a configuração do mundo de hoje”, disse a presidenta em declaração à imprensa após se reunir com Putin, em Moscou. A presidenta também assinalou ao líder russo a necessidade de manter políticas que assegurem a promoção do emprego e o incentivo ao crescimento como caminho para superar a crise.
Ao lado de Putin, a presidenta Dilma disse que Brasil e Rússia têm visões convergentes sobre o mundo e declarou o interesse em aumentar o dinamismo do comércio entre os dois países. Mais cedo, empresários brasileiros e russos participaram de um fórum empresarial na busca de identificar oportunidades de negócios.
Foram firmados acordos de cooperação na área de ciência e tecnologia e no setor militar (produção de energia nuclear). Ela ressaltou que Brasil e Rússia são atores de grande porte em energia e que parcerias na área serão incentivadas, com forte participação da Petrobras.
A paz e a segurança internacional também foram discutidas entre os presidentes, e Dilma transmitiu a Putin a percepção brasileira sobre a situação da Síria. “O Brasil acompanha com extrema preocupação a gravíssima escalada do conflito na Síria. Achamos que um processo político liderado pelos próprios sírios é o único caminho para a superação do conflito”, explicou.
Ontem, a presidenta se reuniu com o primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev, e fez um convite para que ele visite o Brasil. Hoje, o convite foi estendido a Vladimir Putin. Dilma fica em Moscou até amanhã.