Os registros de carros novos na União Europeia voltaram a cair em novembro e apontam seu pior nível desde 1993 nos onze primeiros meses do ano. E o que é pior, não se prevê nenhuma melhora para 2013.
No mês passado, 10,3% menos carros foram registrados nos 27 países da UE (excluindo Malta, cujos dados ainda não estão disponíveis), de acordo com a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (AEFA).
O dado tem mantido a tendência dos meses anteriores, mas com uma grande disparidade dependendo do país. Entre as maiores economias, só no Reino Unido aumentou o número de registros, em 11,3%, o que o elevou para o segundo lugar no mercado europeu de automóveis, atrás da Alemanha e à frente da França.
Nos primeiros onze meses do ano, a queda foi de 7,6% em comparação com o mesmo período do ano passado, com 11.260 mil veículos registrados, o que representa o menor nível desde 1993, diz a AEFA.
E o que é pior, não há previsão de recuperação para o próximo ano. Segundo analistas da Fitch Ratings, espera-se uma queda de 8% para 2012 e deve haver nova queda em 2013.
Renault afunda em novembro
Entre os fabricantes mais afetados estão o francês PSA Peugeot Citroen, que apresentou queda de 12,5% de janeiro a novembro, a também francesa Renault (marcas Renault e Dacia), com queda de 19,1% (-27,7% em novembro), a italiana Fiat (-16%), as norte-americanas Ford (-12,1%) e General Motors, com a sua marca alemã Opel, (-12,7%).
Já a sul-coreana Hyundai-Kia, graças aos carros pequenos, obteve aumento de vendas em 9,3% para Hyundai e de 14,7% para a Kia.
As marcas de luxo alemãs, por sua vez, foram melhor que a média. As vendas da Audi (Grupo Volkswagen) cresceram 4,5%, enquanto que as vendas da BMW caíram apenas 1,8% e Mercedes-Benz (Daimler) recuaram 1,3% desde o início deste ano.
As vendas da alemã VW caíram 1,2%. "Estamos preparados para um 2013 muito desafiador", disse Christian Klingler, membro do Conselho.
Como consequência de queda nas vendas, alguns fabricantes decidiram fechar algumas unidades de produção na Europa.
A PSA Peugeot Citroën foi a primeira a anunciar o fechamento de sua fábrica em Aulnay-sous-Bois, na região de Paris, em 2014. Em seguida, a Ford anunciou no final de outubro o fechamento de uma fábrica na Bélgica e duas na Grã-Bretanha.
A última, a Opel (cuja matiz GM é aliada da PSA), anunciou esta semana que vai parar a produção de sua fábrica em Bochum após 2016.
Outras, como a Renault, optaram pelo desemprego parcial e o grupo iniciou negociações para aumentar a competitividade das fábricas francesas, uma condição para não fechar.
A União Europeia disse que não possui muitas maneiras para responder à crise e conta com os fabricantes para resolver seus problemas de excesso de capacidade.