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Estado de Minas

Emprego e renda geram felicidade, aponta pesquisa

Brasileiro está mais feliz com redução da desigualdade e dá nota 7,1 para sentimento de satisfação com a vida


postado em 19/12/2012 06:00 / atualizado em 19/12/2012 07:29

Como primeiro emprego e a formatura no ensino médio, Érika Sernizon dá nota 10 para a alegria que ela está vivendo(foto: RODRIGO CLEMENTE/EM/D.A PRESS)
Como primeiro emprego e a formatura no ensino médio, Érika Sernizon dá nota 10 para a alegria que ela está vivendo (foto: RODRIGO CLEMENTE/EM/D.A PRESS)

A jovem Érika Sernizon, de 17 anos, não se contém de tanta alegria. Há poucos dias, ela conseguiu seu primeiro emprego – é vendedora numa loja de calçados e acessórios femininos. Para reforçar a felicidade, conta a garota, esta noite será o baile de sua formatura no ensino médio. “O próximo desafio é me esforçar para ser aprovada no vestibular de engenharia alimentar”, planeja a jovem, fazendo questão de dizer que, numa escala de zero a 10, sua felicidade atinge a nota máxima. A alegria não tomou conta apenas de Érika. Estudo divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) concluiu que o brasileiro está mais feliz. Para isso, o Ipea aplicou um questionário perguntando qual nota, de zero a 10, o brasileiro dá à própria vida. O resultado médio foi de 7,1, o que coloca o país em 16º lugar entre os 147 pesquisados no Gallup World Poll, que apontava uma felicidade média de 6,8 no Brasil em 2010.

A alta na nota da alegria, segundo o Ipea, se deve à queda da desigualdade no Brasil e ao aumento da renda. O estudo, batizado de “Desenvolvimento inclusivo sustentável: a qualidade do crescimento brasileiro recente”, foi aplicado em 3,8 mil residências do país e traz um dado curioso. O Nordeste, região menos rica do Brasil, obteve a maior nota 7,38. O Sudeste, por sua vez, obteve o menor índice, 6,68. As médias das demais regiões foram: 7,37 no Centro-Oeste, 7,2 no Sul e 7,13 no Norte. O instituto usou, entre alguns dados, planilhas da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME).

A chamada taxa de desocupação, segundo o IBGE, ficou em 5,3% em outubro, a menor para esse mês desde o início da série histórica. O nível baixo do desemprego é oposto ao balanço da renda, que cresceu muito nos últimos anos. Para se ter ideia, a renda individual média da população de 15 a 60 anos subiu 4,89% de 2011 para 2012, contra taxa média de 4,35% ao ano entre 2003 e 2012. Na prática, uma das conclusões importantes é de que renda per capita vem crescendo num ritmo maior do que o PIB. A alta de 4,89% na renda individual da população de 15 a 60 anos é bem maior do que a projeção para o PIB em 2012, que deve ficar próximo de 1,03%, segundo consultores ouvidos pelo Banco Central.

Com dinheiro Érika, a vendedora recém-contratada, sabe bem o que representa uma renda boa no fim do mês. Ela conta que vai usar a remuneração – salário fixo e comissão – para investir no próprio estudo e “ficar menos dependente financeiramente dos pais”. Mais dinheiro no bolso, de acordo com o Ipea, também é sinônimo de maior alegria. Os pesquisadores concluíram que a nota das pessoas cujos contracheques são de pelo menos 10 salários mínimos foi de 8,4. A daqueles que ganham entre o salário mínimo foi de 6,5. Os sem renda deram, em média, nota 3,7. Já a desigualdade da renda domiciliar no país, pelos cálculos do Ipea sobre dados da PME, no trimestre encerrado em setembro último, caiu 1,69% se comparada ao mesmo trimestre de 2011.

Mas dinheiro traz felicidade? A pergunta ocorre em razão de os moradores do Nordeste, considerado a região mais pobre do país, terem dado a maior nota para suas vidas (7,38). Se fosse um país, a Região Nordeste estaria em 9º lugar no ranking global, entre a Finlândia e a Bélgica. Na divisa de Lagoa Grande e Ouricuri, no sertão de Pernambuco, onde a seca deste ano queimou boa parte da plantação e jogou muito gado ao chão, o agricultor Francisco Queiroz Justino, de 52, lamenta o prejuízo com a forte estiagem de 2012, mas não deixa de agradecer a Deus, todos os dias, pela felicidade de ver os filhos pequenos crescendo ao seu lado. Maicon, de 4, e Ana Carolina, de 8, se divertem alimentando o cabritinho de estimação. “Veja como ele é bonitinho”, sorri o caçula. A família recebe ajuda financeira dos programas sociais do poder público.


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