A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) divulgada nesta quinta-feira pela Fundação Seade e pelo Dieese mostrou que o setor de construção puxou as contratações em novembro nas sete regiões onde o levantamento é realizado. "O destaque em novembro coube à construção", disse Ana Maria Belavenuto, técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos.
"A construção foi uma surpresa boa, a grande responsável pelo nível de ocupação", afirmou Alexandre Loloian, economista e coordenador de análise da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados. A PED é realizada no Distrito Federal e nas regiões metropolitanas de São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife e Salvador.
No conjunto das regiões, o nível de ocupação no setor de construção subiu 7,1% em novembro ante outubro, com criação de 106 mil postos de trabalho e altas em São Paulo (9,6%), Porto Alegre (9,6%), Salvador (8%), Belo Horizonte (5,1%), Recife (3%) Fortaleza (2,3%) e Distrito Federal (1,1%).
Ana Maria e Loloian justificaram a alta com as obras de infraestrutura nessas regiões e com a sazonalidade. "No fim de ano, as pessoas aproveitam para fazer uma reforma na casa", disse o economista da Fundação Seade, argumentando que principalmente na Região Metropolitana de São Paulo "há uma indicação de algum incremento na área de reforma e reparação de residências".
No geral, a taxa de desemprego no conjunto das regiões onde a pesquisa é realizada passou de 10,5% em outubro para 10% em novembro. Apesar do resultado expressivo do setor de construção no mês passado, os dois especialistas disseram que é o setor de serviços que tem segurado a ocupação em níveis altos ao longo do ano. No mês passado, no entanto, o setor de serviços subiu 0,2% (27 mil postos), a indústria da transformação teve alta de 0,7% (21 mil postos) e o comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas avançou 0,1% (5 mil postos).
No caso apenas da Grande São Paulo, cuja taxa de desemprego passou de 10,9% em outubro para 10,3% em novembro, Loloian destacou, além do setor de construção, a indústria de transformação, que apresentou alta de 0,7% (12 mil postos) no período.
Segundo ele, o que puxou esse avanço foi o segmento de metal-mecânica, que subiu 3,7%, "respondendo a estímulos tributários como a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)", afirmou o economista. Mantiveram relativa estabilidade na Grande São Paulo em novembro os setores de serviços (mil postos de trabalho) e comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (0,1% ou 2 mil postos).