A quantidade de cana-de-açúcar processada pelas unidades produtoras do Centro-Sul do país deverá atingir 532 milhões de toneladas ao final da safra atual (em março de 2013), 7,9% maior em comparação à safra anterior (493,1 milhões de toneladas). A safra tem início em abril e termina em março do ano seguinte. Os dados, divulgados hoje, são da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
Em setembro, a entidade já havia verificado que a disponibilidade de cana para moagem iria superar as 518,50 milhões de toneladas estimadas. Com o clima em novembro mais seco que o esperado, foi possível avançar na colheita, segundo a entidade. No entanto, a Unica ressalta que a maior parte das unidade produtoras já encerrou as atividades e, a partir de agora, a moagem será residual e dependerá da intensidade das chuvas.
De acordo com a Unica, o aumento no volume de cana processada deverá repercutir na produção de açúcar e de etanol. No caso do açúcar, a produção esperada para o final da safra deverá chegar a 34,05 milhões de toneladas, 8,9% superior à safra anterior. Já a produção estimada de etanol, até o final da atual safra, é 21,33 bilhões de litros (3,7% acima da safra anterior), sendo 12,48 bilhões de etanol hidratado (queda de 4,8%) e 8,85 bilhões de litros de anidro, crescimento de 18,5%.
Apesar do aumento na produção de cana, o faturamento das empresas do setor deverá ser menor em relação ao da safra 2011/2012. Principal estado produtor, a indústria em São Paulo teve faturamento médio de R$ 105,90 por tonelada de cana, até novembro, queda de 6,72% em relação aos R$ 113,53 registrados no mesmo período da safra anterior.
No caso do etanol, a receita média por tonelada de cana foi R$ 92,18, no acumulado de abril a novembro deste ano, redução de 10,34% em relação à observada em igual período da safra passada (R$ 102,98). O faturamento com a venda de açúcar (até novembro) foi R$ 118,70 por tonelada de cana, o que significou queda de 3,95% na comparação com o da safra 2011/2012.
Segundo a Unica, o etanol hidratado (usado pelos carros flex) continua sendo um dos produtos menos atrativos para o setor. Um dos motivos é a receita média inferior a de outros derivados da cana, como etanol anidro e açúcar. De abril a novembro deste ano, a receita média com a venda foi apenas R$ 87,95 por tonelada de cana.
A entidade ressalta que os custos e o endividamento permanecem altos para algumas usinas, o que têm obrigado algumas a fechar. Na safra 2013/2014, seis empresas deixarão de processar cana. Apenas duas unidades estão previstas para iniciar as operações no próximo ano, conforme a Unica.