Desemprego em BH é o menor do país

Estudante do 1º período de relações internacionais na PUC Minas, Izabela Loyce, de 19 anos, aproveitou a demanda aquecida no comércio de Belo Horizonte e, há poucas semanas, conseguiu uma vaga de auxiliar de loja na Open do Shopping Estação BH, no Venda Nova: “Preciso aprender outro idioma além do inglês. Por isso, vou usar o salário para investir nos estudos”. A entrada da jovem no mercado de trabalho ajudou a taxa de desempregados na capital mineira a cair de 5,1% em outubro para 4,9% em novembro. É o menor índice entre as sete regiões metropolitanas pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). No Brasil, a média do indicador passou de 10,5% para 10% (veja quadro).

Em BH e região metropolitana, a queda no desemprego se deve, principalmente, a dois setores: o de construção civil, com 10 mil pessoas a mais, e o de comércio e reparação de veículos, ramo que empregou a universitária Izabela e que abriu 13 mil vagas. No fim das contas, a chamada população economicamente ativa (PEA) na Grande BH foi estimada em 2.382 milhões de pessoas, das quais 2.265 milhões estão no mercado de trabalho. O total de desempregados ficou em 117 mil homens e mulheres. O número é menor do que o apurado em outubro (121 mil). No país, a PEA é de 22.558 milhões de jovens e adultos. Os desempregados somaram 2.258 milhões.

Os dados do Dieese levam em conta o emprego formal e o informal. Na Grande BH, a pesquisa do Dieese conta com parceiros como a Fundação João Pinheiro (FJP). O coordenador da pesquisa pela FJP, Plínio Campos, ressalta que na capital mineira e nas cidades vizinhas “a taxa de novembro é o resultado do movimento sazonal de fim de ano, quando as taxas diminuem por causa de contratações temporárias.” Para 2013, entretanto, a expectativa é de que a Grande BH continue mantendo taxas de desemprego baixas, com pequenas variações de alta no início do ano. “A partir de abril e maio poderá haver variações negativas, mas sem grandes reduções, já que a nossa taxa de desemprego encontra-se num nível bem reduzido”, explicou Campos.

Rendimentos

O Dieese e a FJP apuraram também a renda dos trabalhadores da Grande BH, mas nesse caso, o mês base é outubro. O rendimento real médio dos ocupados teve alta de 5,1% em relação a setembro, sendo estimado em R$ 1.530. Já o salário real médio aumentou 4,1%, para R$ 1.504. “Nos dois últimos meses analisados, a renda das pessoas com maiores salários apresentou mais recuperação, o que elevou a média dos rendimentos. Já a renda dos indivíduos com menores salários ficou estável”, disse Campos.