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Estado de Minas

Incorporação de juros elevou estoque da Dívida Pública

De janeiro a novembro deste ano, a apropriação de juros soma R$ 190,8 bilhões, dos quais R$ 20,5 bilhões foram acrescidos em novembro


postado em 21/12/2012 12:46 / atualizado em 21/12/2012 12:57

O coordenador-geral de Planejamento Estratégico da Dívida Pública Federal (DPF), Otávio Ladeira de Medeiros, disse que a principal razão para o aumento do estoque da DPF em 2012 foi a incorporação de juros. De janeiro a novembro deste ano, a apropriação de juros soma R$ 190,8 bilhões, dos quais R$ 20,5 bilhões foram acrescidos em novembro.

Segundo dados do Tesouro Nacional divulgados nesta sexta-feira, o estoque da dívida passou de R$ 1,866 trilhão ao final de 2011 para R$ 1,965 trilhão em novembro. O coordenador de Operações da DPF, José Franco de Morais, salientou que, até o mês passado, o resgate líquido da dívida foi de R$ 49,12 bilhões. "Quando o estoque da dívida aumenta e não há emissão, é porque o crescimento foi basicamente de incorporações de juros."

Morais assegurou que o Tesouro Nacional cumprirá a meta de estoque da DPF para 2012, que vai de R$ 1,950 trilhão a R$ 2,050 trilhões. Em novembro, o estoque estava em R$ 1,965 trilhão. "Seguramente vai ficar abaixo da banda. É até possível chegar a R$ 2 trilhões no fim de ano, mas em janeiro a dívida cairá de novo", disse. A queda, segundo ele, se dará porque há R$ 121,8 bilhões de vencimento de títulos prefixados em 1 de janeiro de 2013.

Para o coordenador Otávio Medeiros, a trajetória da dívida é de aumento no longo prazo e, por isso, ele minimizou a possibilidade de a DPF bater a marca de R$ 2 trilhões ainda em 2012. "Um dia vai acontecer de atingir R$ 2 trilhões. Assim como vamos chegar um dia a R$ 3 trilhões, a R$ 4 trilhões", completou.

Participação de estrangeiros bate recorde

O coordenador de Operações da Dívida Pública, José Franco de Morais, enfatizou que a participação de estrangeiros na Dívida Pública Federal (DPF) aumentou novamente em novembro, atingindo novo recorde. Do total da dívida pública em no mês passado, 13 88% está nas mãos de investidores que vivem fora do Brasil. "Tem aumentado gradual e constantemente", salientou. Morais comentou que, ao longo do ano, a participação de títulos atrelados à inflação (NTN-B) "aumentou bastante" na carteira desses investidores.

O total passou de R$ 30 bilhões em janeiro para R$ 52 bilhões no mês passado. "Os investidores querem exposição em Brasil", disse. Esse volume representa cerca de 20% da carteira. A maior parcela das aplicações, porém, está em títulos prefixados (76 1%).

A expectativa para 2013 é a de que essa participação de não-residentes não deva acelerar. "Os estrangeiros funcionam como ondas. Depende do que acontece no mercado internacional", disse o coordenador. Como exemplo, ele salientou que em determinado momento, houve um interesse maior pelo Tesouro por investidores asiáticos.


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