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Estado de Minas

Inflação do aluguel fecha o ano acima do esperado

Alta de commodities agropecuárias pressiona IGP-M, que fecha ano em 7,82%, superando 2011 e previsão do mercado


postado em 28/12/2012 00:12 / atualizado em 28/12/2012 07:19

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), usado como referência na maioria dos contratos de aluguel, terminou dezembro com alta de 0,68%, contra variação negativa de 0,03% no último mês. Com o resultado, o indicador avançou 7,82% em 2012, superando, e muito, os 5,1% registrados em 2011. O percentual de crescimento também ficou acima das expectativas do mercado. Analistas ouvidos pelo Banco Central esperavam que o indicador encerrasse em 7,71% no acumulado do ano, segundo o último Boletim Focus.

Principal responsável pelo resultado, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) registrou expansão de 0,73% neste mês e terminou o ano com alta acumulada de 8,63%. Responsável por 60% da composição do índice geral, o IPA sofreu forte influência dos produtos agropecuários, cujos preços subiram 1,4% e figuraram como os grandes vilões do IGP-M em 2012. A escalada do índice pode ser justificada pela quebra de safra de grãos nos Estados Unidos que comprometeu o abastecimento no mercado internacional. “No ranking dos maiores impactos no índice, esse foi, sem dúvida, o grupo que mais pesou”, garante o coordenador de análises econômicas da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros.

A seca mais rigorosa das últimas três décadas nos EUA fez com que a soja fechasse o ano com alta de 67,29%. “Como o IGP-M olha a cadeia produtiva, é possível verificar os reflexos dos preços também nos derivados da soja, fundamental para produção de ração animal. Consequentemente, os preços de aves e carne suína também subiram”, observa Quadros. Em dezembro as aves continuaram figurando entre as principais vilãs dos preços, com alta de 2,30%. No acumulado do ano, subiu 8,91%.

Como consequência, os alimentos também pesaram no bolso do consumidor ao subir 9,52% no ano e 1,29% no mês de dezembro, influenciados principalmente por hortaliças e legumes (1,85%) e carnes bovinas (1,63%). O item faz parte do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30% no IGP-M. O indicador subiu 0,73%, ante variação de 0,33% no mês anterior. O economista da Unicamp Fernando Sarti lembra ainda da influência do câmbio sobre os preços. “Com a desvalorização do real, é natural que os importados cheguem mais caros e impactem os resultados”, observa. Para completar, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), com peso de 10% no IGP-M, registrou elevação de 0,29% em dezembro, após um avanço de 0,23% em novembro.

ACOMODAÇÃO
Para o ano que vem, a expectativa é de que o cenário mude e o índice volte a se acomodar na casa dos 5%. “Há uma tendência de acomodação dos preços das commodities para 2013”, afirma Sarti. Para Quadros, as safras recordes esperadas para o próximo ano ajudam a justificar o comportamento dos produtos agrícolas no mercado internacional. “O produtor reagiu aos preços altos com aumento da área de plantio. Com isso, a produção vai aumentar. Somente para a soja, é esperada produção 20% superior, o que deve dar um alívio ao IGP-M”, garante. Apesar das expectativas, janeiro deve manter o comportamento tradicional de pressão nos indicadores. “Tradicionalmente, a inflação do primeiro mês é maior até pela recomposição dos estoques do comércio”, lembra o professor de economia da FGV/IBS Mauro Rochlin.


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