A dívida líquida do setor público (DLSP) somou R$ 1,535 trilhão no final de novembro, o que corresponde a 35% do Produto Interno Bruto (PIB), soma das riquezas produzidas no país nos últimos 12 meses, calculada em R$ 4,381 trilhões, de acordo com Relatório de Política Fiscal apresentado nesta sexta-feira (28) pelo chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central, Túlio Maciel.
Em termos nominais, a dívida líquida está R$ 27 bilhões acima do número fechado no final do ano passado, mas a dívida de então equivalia a 36,4% do PIB da época, caindo paulatinamente ao longo do ano como reflexo, principalmente, da redução da taxa básica de juros (Selic), segundo Maciel.
Em relação a outubro, quando a dívida líquida era R$ 1,541 trilhão (35,4% do PIB), ele disse que a desvalorização cambial observada em novembro contribuiu para reduzir a DLSP em R$ 25,2 bilhões, equivalentes a 0,6 ponto percentual do PIB.
De acordo com Túlio Maciel, a queda de 1,4 ponto percentual na relação dívida/PIB no ano é resultado também da desvalorização cambial de 12,4% de janeiro a novembro, da valorização do PIB corrente, do superávit primário de R$ 82,7 bilhões (economia para pagamento dos juros da dívida) e do ajuste da paridade da cesta de moedas que compõem a dívida externa líquida.
Os fatores mencionados pelo economista do BC somaram 5,8 pontos percentuais em favor da redução da dívida líquida, mais que suficientes para cobrir os 4,4 pontos percentuais a mais para pagamento de juros nominais no ano, no valor de R$ 194,8 bilhões.
Em sentido contrário, a dívida bruta do governo geral, que inclui o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e governos regionais, aumentou de R$ 2,243 trilhões (54,2% do PIB) no final do ano passado para R$ 2,615 trilhões (59,7% do PIB) no mês passado. Em relação a outubro, houve acréscimo de R$ 25,3 bilhões, provocado pelo aumento da incorporação de juros nominais e pela desvalorização cambial no mês.