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Estado de Minas

Com os juros no nível mais baixo da história, investidor também vai precisar mudar


postado em 30/12/2012 06:00 / atualizado em 30/12/2012 08:03

Os investidores terão que assumir mais riscos em 2013, sobretudo os que se frustraram com a nova poupança e com títulos do governo — as aplicações mais tradicionais. As mudanças recentes na economia vão alterar a forma de juntar dinheiro. Os juros básicos (Selic) caíram ao menor nível da história (7,25% ao ano) e a caderneta passou a pagar só 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR). Tudo isso jogou uma neblina sobre a renda fixa e tornou mais difícil ter ganhos acima da inflação ou que alcancem dois dígitos.

Poupar passou a exigir esforço e conhecimento, acima de tudo porque a ainda desconhecida renda variável, baseada sobretudo em ações, pode se tornar cada vez mais a principal reserva do brasileiro. Com o novo cenário, o Estado de Minas preparou um guia que indica os passos para quem vai começar a investir, seja para realizar sonhos de consumo ou para garantir a aposentadoria.

Antes de tudo, é bom saber a diferença entre poupar e investir. Poupa quem se esforça para preservar uma fatia, mesmo que pequena, do orçamento familiar. "Poupar é administrar despesas para formar excedente", resume José Alexandre Vasco, superintendente de Proteção e Orientação aos Investidores da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A depender do tamanho, essa sobra pode ficar só guardada, o que não é recomendado, por conta da inflação. Dinheiro parado na carteira, no cofre ou debaixo do colchão perde valor.

Por isso, é importante deixar a poupança aplicada numa opção que ofereça rentabilidade, de preferência um lucro acima da inflação. "É preciso pesquisar e se informar para fazer a melhor escolha", diz Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin). Pode ser a caderneta, um plano de previdência, títulos do governo, ações, fundos de investimento. Nesse caso, o simples poupador começa a virar investidor.

A transformação exige o hábito de gerir despesas da casa e separar parte do dinheiro quando o salário entra na conta. O investimento deve ocorrer como uma prestação paga todo início de mês e vinculada a um objetivo, como a compra de carro, casa ou computador, fazer uma viagem ou mesmo a aposentadoria. Tudo tem de ter um prazo para se concretizar. Os especialistas até recomendam colocar essas metas no papel: o que se quer, em quanto tempo, e quanto está disposto a guardar todo mês. Surge daí um plano de investimento.

ALVOS O produto financeiro adequado depende do seu desejo. Se for de curto prazo, pode ser alcançado em um ano ou menos, sendo a poupança o ideal, pois não paga Imposto de Renda e pode ser sacada a qualquer momento. O problema é que pode perder para a inflação, como em 2012. "Se quer comprar uma TV de R$ 2 mil, vá para a poupança. Mas se pensar de um a 10 anos, pode levar o dinheiro para certificado de depósito bancário (CDB), Tesouro Direto, fundos de investimento", ensina Domingos. "Acima de 10 anos, tem o Tesouro, previdência privada e ações, mas é preciso conhecer os riscos", afirma.

Vasco, da CVM, lembra que quanto mais alta a rentabilidade oferecida por um produto financeiro, maior o risco de perda. "Antes de escolher, tire todas as dúvidas", alerta. Com a renda fixa pagando cada vez menos, a expectativa geral é de que o mercado de capitais cresça e que o brasileiro aprenda, enfim, a aplicar em ações. "Isso é normal em países desenvolvidos", explica o diretor da DX Investimentos Felipe Chad.

"É difícil o pequeno investidor fugir do básico, pois o baixo volume o leva para aplicações tradicionais", frisa o diretor de Private Banking do Banco do Brasil, Rogério Lot. "O grande investidor também terá de mudar de perfil. Não dá mais para pensar na renda fixa tradicional. O apetite por risco tende a crescer", avalia. A máxima de que não se deve colocar todos ovos na mesma cesta continuar a ser verdade.

Além das ações, deve-se ficar de olho nos fundos imobiliários. Funcionam como um condomínio em que muitos são donos de um imóvel cujo aluguel é revertido em favor do cotista. Dependendo do fundo, porém, pode ser difícil ou mais demorado se desfazer do investimento em caso de emergência. Se decidir por um, escolha os maiores e pergunte em quanto tempo é possível reaver o dinheiro, se precisar.

OUSADIA Com perfil ousado desde 2003, quando começou a investir, o analista de sistemas Marcelo Correia Afonso desistiu de vez da renda fixa quando começou a sequência de cortes da Selic, em agosto de 2011. “Tinha menos de 10% dos meus investimentos em renda fixa. No início deste ano, tirei tudo e agora estou com 100% em ações”, conta. Dono do site de investimentos Fundamentus, Marcelo garante que apostar em renda fixa é perda de dinheiro. Para garantir bons retornos no mercado de capitais, ele estuda as empresas e se dedica a uma análise rigorosa dos papéis. “Primeiro analiso a empresa e seus dados financeiros. Depois, o setor em que está inserida e, finalmente, a macroeconomia do país”, explica.


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