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Estado de Minas

EUA evitam precipício fiscal mas outras crises se avizinham em 2013


postado em 02/01/2013 18:40 / atualizado em 02/01/2013 18:05

O acordo de último minuto entre a Casa Branca e os republicanos do Congresso evitou uma crise fiscal nos EUA, mas atrasou em algumas semanas as decisões dolorosas sobre o gasto público e o teto da dívida.

Após semanas de tensão, a Câmara dos Representantes, dominada pelos republicanos, cedeu na noite de terça-feira e aprovou um plano que prevê um aumento dos impostos para os contribuintes com renda superior a 450.000 dólares.

O texto, que torna permanente as isenções fiscais da administração de George W. Bush herdadas pela classe média, também prevê uma extensão do seguro desemprego para duas milhões de pessoas, o que impulsionou os mercados.

Nesta quarta-feira, no primeiro dia de operações de 2013, Wall Street abriu com fortes altas: o índice Dow Jones subiu 1,75% e o Nasdaq 2,54% nas primeiras movimentações, em sintonia com os mercados asiático e europeu.

Contudo, a crise do "abismo fiscal", como ficou conhecida a alta generalizada dos impostos somada aos fortes cortes nos gastos públicos, não foi totalmente superada, já que os representantes atrasaram em dois meses o debate sobre como diminuir o deficit.

Agora, os republicanos, incomodados após ceder no tema imposto, vão querer que Obama faça concessões sobre o financiamento do governo e sobre o aumento do teto da dívida.

Na pior das hipóteses, todas estas votações se acumulariam provocando um novo "abismo fiscal" com consequências ainda mais graves.

Os republicanos em seus lugares

Antes de partir para o Havaí, seu arquipélago natal onde costuma passar férias, Obama avisou que o assunto do teto da dívida não é negociável.

"Não vou discutir de novo com o Congresso sobre a necessidade de saldar as contas deixadas por leis já adotadas", afirmou.

Em agosto de 2011, a discussão sobre o limite da dívida se estendeu e levou a agência Standard and Poor's a retirar dos Estados Unidos a nota máxima de seu perfil de crédito, devido à crescente dívida e do pesado déficit do orçamento.

Contudo, os republicanos também mantiveram suas posições.

"Agora, vamos nos concentrar nos gastos", afirmou o presidente da Câmara dos Representantes, John Boehner, que cedeu na terça-feira para evitar ser responsabilizado por uma crise que poderia levar o país de volta à recessão.

A votação do Ano Novo foi uma das últimas efetuadas pelo 112º Congresso dos Estados Unidos, e na quinta-feira começará a nova legislatura, na qual não haverá mudança no equilíbrio político, já que a Câmara baixa seguirá nas mãos da oposição e o Senado continuará com maioria democrata.

No entanto, o acordo não resolve o problema do corte no déficit, afirmam os republicanos. Eles asseguram que o acordo alcançado na terça-feira adicionará quatro bilhões de dólares de dívida nos próximos 10 anos. O total supera atualmente os 16 bilhões de dólares.

Erskine Bowles e Alan Simpson, ex-secretário do gabinete da Casa Branca e ex-senador republicano, respectivamente, encarregados por Obama de encontrar uma solução para o problema da dívida a longo prazo nos Estados Unidos, lamentaram que o Congresso tenha deixado passar essa oportunidade.

"Nossos líderes devem ter, a partir de agora, a vontade de reformar nosso código impositivo e os gastos obrigatórios para estabilizar nossa dívida", afirmaram.


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