Após a euforia desta quarta-feira (2) decorrente da aprovação do acordo para evitar o abismo fiscal nos Estados Unidos, o mercado nesta quinta-feira volta à vida normal e avalia com mais calma o cenário para a recuperação da economia norte-americana. Passada a onda de otimismo, os investidores evitam ativos de maior risco à medida que analistas alertam que o acordo, aprovado às pressas na madrugada desta quarta pela Câmara dos Representantes, não resolve o problema do déficit público norte-americano.
No mercado de câmbio brasileiro, o dólar abriu em leve alta no balcão, acompanhando a alta vista em outras divisas de elevada correlação com os preços das commodities. Às 9h30, o dólar no balcão subia 0,20%, a R$ 2,0490, na máxima desde a abertura. No mesmo horário, a moeda norte-americana subia ante o dólar australiano (+0,02%) e o dólar canadense (+0,03%), mantendo estabilidade ante o dólar neozelandês. Já o euro era cotado a US$ 1,3110, ante US$ 1,3186 do fim da tarde de ontem.
Nesta quinta-feira, o mercado deve ficar de olho na agenda de indicadores, que está carregada. Por aqui, às 12h30 o Banco Central apresenta os dados do fluxo cambial na semana até 28 de dezembro. "Qualquer dado do fluxo cambial que venha fora do esperado pode fazer preço", observou um operador, lembrando que ontem os números da balança comercial de dezembro já vieram ruins. Em 2012, o superávit comercial foi o pior em dez anos. Segundo o economista, se o número divulgado hoje vier muito abaixo da expectativa, representado uma saída de dólares maior do que a projetada, a tendência é de que o mercado realize ganhos, depreciando o real.
Nos EUA, os principais destaques são os dados da ADP, que antecipam o relatório oficial de empregos (payroll), previsto para amanhã, e a divulgação da ata da reunião de dezembro do Federal Reserve, à tarde.