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Estado de Minas

Abismo fiscal é evitado, mas EUA enfrentarão outras crises em 2013


postado em 03/01/2013 13:05

O presidente Barack Obama promulgou na quarta-feira à noite a lei sobre o compromisso orçamentário que afasta, a curto prazo, as ameaças do abismo fiscal nos Estados Unidos.

Depois de semanas de tensão, a Câmara de Representantes, dominada pelos republicanos, cedeu na noite de terça-feira e aprovou um plano que prevê os impostos para os contribuintes com rendas superiores a 450.000 dólares.

O texto, que torna permanentes isenções fiscais herdadas da administração de George W. Bush para a classe média, também prevê uma extensão do seguro-desemprego, o que impulsionou os mercados.

Na quarta-feira, no primeiro dia de operações de 2013, Wall Street abriu com forte lucros. No entanto, a crise do "abismo fiscal", que implicaria uma alta generalizada de impostos somada a fortes cortes do gasto público, não foi superada totalmente, já que os representantes adiaram por dois meses o debate sobre como cortar o déficit.

Dessa forma, os republicanos, contrariados por terem cedido na questão tributária, tentarão conseguir que Obama faça concessões sobre o financiamento do governo e sobre o aumento do limite do endividamento.

No pior dos casos, todas estas votações acabarão se acumulando e acabarão provocando um novo "abismo fiscal" com consequências ainda mais graves.

Antes de partir para o Havaí, seu arquipélago natal onde foi tirar férias, Obama advertiu que o tema do limite da dívida não é negociável.


"Não vou discutir de novo com o Congresso sobre a necessidade de saldar as contas deixadas por leis já adotadas", afirmou.

Em agosto de 2011, a discussão sobre o limite da dívida se estendeu e levou a agência Standard and Poor's a tirar dos Estados Unidos a nota máxima concedida até então a seu perfil de crédito, depois que o país ficou à beira do default.

No entanto, os republicanos também fecham suas posições.

"Agora vamos nos centrar nos gastos", afirmou o presidente da Câmara de Representantes, John Boehner, que cedeu na terça-feira para evitar ser responsabilizado por uma crise que podia levar o país de volta à recessão.

A votação do Ano Novo foi uma das últimas efetuadas pelo 112º Congresso dos Estados Unidos, enquanto nesta quinta-feira será iniciada a nova legislatura, na qual não haverá uma mudança dos equilíbrios políticos, já que a Câmara Baixa continuará nas mãos da oposição, enquanto o Senado continuará dominado pelos democratas.

Além disso, o acordo obtido não resolve o tema do corte do déficit, afirmam os republicanos, que asseguram que o acordo de terça-feira soma quatro trilhões de dólares de dívida nos próximos 10 anos. O total supera atualmente os 16 trilhões de dólares.

Erskine Bowles e Alan Simpson, ex-secretário de gabinete da Casa Branca e ex-senador republicanos, que foram encarregados por Obama para chegar a uma solução para o problema da dívida em longo prazo nos Estados Unidos, lamentaram que o Congresso deixasse passar esta oportunidade.

"Nosso líderes devem ter, a partir de agora, o valor de reformar nosso código tributário e os gastos obrigatórios para estabilizar nossa dívida", afirmaram.


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