Não bastassem os sempre aguardados reajustes de impostos, como IPTU e IPVA, e as variações sobre serviços públicos prestados (ônibus, táxi), uma parcela dos mineiros inicia 2013 com um peso a mais nas contas. O valor da mensalidade de instituições de ensino superior terá alta de até 15,72% no comparativo entre a cobrança feita no primeiro semestre de 2012 com o mesmo período deste ano. Pesquisa do site Mercado Mineiro mostra que as faculdades mineiras aumentaram os preços das mensalidades muito acima da inflação oficial. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 5,53% no acumulado de 12 meses encerrados em novembro.
Ao todo, foram pesquisados 127 cursos de 23 instituições sediadas em Belo Horizonte. Do total, é possível fazer a comparação com o ano passado em 90 cursos (os demais não tiveram os valores levantados no início de 2012), sendo que desses somente 11 tiveram variações na mensalidade inferiores à inflação do período. O maior reajuste se deu para os novatos do curso de jornalismo da Faculdade Estácio de Sá. No ano passado, a mensalidade era de R$ 771,68 ante R$ 893 neste ano, o que significa reajuste de 15,72%. A alteração, no entanto, não condiz com o retrato do curso, que, se considerada a média entre as instituições pesquisadas, teve variação de 5,61%.
No conjunto médio de variações, os cursos de engenharia civil e direito (noturno) foram os que apresentaram maiores oscilações, com acréscimo de 10,53% e 10,34%, respectivamente. Enquanto no caso dos cursos de nutrição e enfermagem, a média das mensalidades caiu no comparativo com o ano passado. No caso de enfermagem, a redução média foi de 0,46%. Já para a mensalidade de nutrição a queda foi de 12%, o que se justifica pela manutenção de preços em três das sete instituições pesquisadas.
O fato de as faculdades terem aumentado os valores bem acima da inflação obriga o estudante a avaliar quais melhorias foram feitas no período para justificar o maior investimento. Segundo o diretor-executivo do MercadoMineiro, Feliciano Abreu, é preciso apurar se a mudança se deu por causa do aumento da carga horária, melhoria na infraestrutura ou qual outro motivo, como aumento de demanda, que, no caso do curso de engenharia civil, pode ser um argumento usado pela faculdade. E ele ressalta que é preciso ter ciência que os períodos seguintes serão ainda mais caros. “Ensino é investimento. Mas você tem que ter retorno do investimento para valer a pena. Não basta cursar faculdade se, quando concluir o curso, não conseguir um bom emprego. Por exemplo, no caso de medicina, no fim do curso o estudante pode ter gasto o valor de um bom apartamento”, afirma Abreu.
De olho em uma oportunidade melhor, prestes a completar 36 anos, a estudante universitária Flávia Ferreira acredita que a conclusão do curso possa lhe render aumento de quase 500% nas remunerações, por isso insiste na formação. No segundo semestre do ano passado, ela ficou desempregada, o que resultou no atraso das mensalidades da faculdade. Mas, com a ajuda da mãe e da avó, espera que possa concluir em dezembro o curso. Mesmo com o reajuste, ela promete se esforçar para quitar as mensalidades e conseguir boas notas. “O reajuste vai me prejudicar. Outras colegas já estavam reclamando dos valores atuais até mesmo por causa da qualidade do ensino, que caiu”, afirma Flávia.
QUALIDADE O levantamento do site Mercado Mineiro mostra também a variação de preços entre cursos semelhantes em instituições distintas. A maior diferença é para quem vai cursar administração (noturno): 301,41%. A mensalidade mais barata é de R$ 361,22, enquanto a mais salgada é de R$ 1,450. A variação de preços, no entanto, pode ser explicada pelas diferenças entre infraestrutura, carga horária, grade de aulas, metodologia e outros serviços, segundo Feliciano Abreu.
Na lista de menores valores de mensalidade está o Instituto Belo Horizonte de Ensino Superior (Ibhes), que apresenta os preços mais baixos para os cursos ofertados pela instituição. Já os três cursos oferecidos (administração, direito e ciências contábeis) pelo Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec) estão entre os mais caro. “É preciso ter preocupação com a qualidade do ensino. A tradição da faculdade pesa muito na análise de um currículo, o que não quer dizer que um excelente aluno não pode ser formado numa faculdade de menor renome”, afirma Abreu.
Ao todo, foram pesquisados 127 cursos de 23 instituições sediadas em Belo Horizonte. Do total, é possível fazer a comparação com o ano passado em 90 cursos (os demais não tiveram os valores levantados no início de 2012), sendo que desses somente 11 tiveram variações na mensalidade inferiores à inflação do período. O maior reajuste se deu para os novatos do curso de jornalismo da Faculdade Estácio de Sá. No ano passado, a mensalidade era de R$ 771,68 ante R$ 893 neste ano, o que significa reajuste de 15,72%. A alteração, no entanto, não condiz com o retrato do curso, que, se considerada a média entre as instituições pesquisadas, teve variação de 5,61%.
No conjunto médio de variações, os cursos de engenharia civil e direito (noturno) foram os que apresentaram maiores oscilações, com acréscimo de 10,53% e 10,34%, respectivamente. Enquanto no caso dos cursos de nutrição e enfermagem, a média das mensalidades caiu no comparativo com o ano passado. No caso de enfermagem, a redução média foi de 0,46%. Já para a mensalidade de nutrição a queda foi de 12%, o que se justifica pela manutenção de preços em três das sete instituições pesquisadas.
O fato de as faculdades terem aumentado os valores bem acima da inflação obriga o estudante a avaliar quais melhorias foram feitas no período para justificar o maior investimento. Segundo o diretor-executivo do MercadoMineiro, Feliciano Abreu, é preciso apurar se a mudança se deu por causa do aumento da carga horária, melhoria na infraestrutura ou qual outro motivo, como aumento de demanda, que, no caso do curso de engenharia civil, pode ser um argumento usado pela faculdade. E ele ressalta que é preciso ter ciência que os períodos seguintes serão ainda mais caros. “Ensino é investimento. Mas você tem que ter retorno do investimento para valer a pena. Não basta cursar faculdade se, quando concluir o curso, não conseguir um bom emprego. Por exemplo, no caso de medicina, no fim do curso o estudante pode ter gasto o valor de um bom apartamento”, afirma Abreu.
De olho em uma oportunidade melhor, prestes a completar 36 anos, a estudante universitária Flávia Ferreira acredita que a conclusão do curso possa lhe render aumento de quase 500% nas remunerações, por isso insiste na formação. No segundo semestre do ano passado, ela ficou desempregada, o que resultou no atraso das mensalidades da faculdade. Mas, com a ajuda da mãe e da avó, espera que possa concluir em dezembro o curso. Mesmo com o reajuste, ela promete se esforçar para quitar as mensalidades e conseguir boas notas. “O reajuste vai me prejudicar. Outras colegas já estavam reclamando dos valores atuais até mesmo por causa da qualidade do ensino, que caiu”, afirma Flávia.
QUALIDADE O levantamento do site Mercado Mineiro mostra também a variação de preços entre cursos semelhantes em instituições distintas. A maior diferença é para quem vai cursar administração (noturno): 301,41%. A mensalidade mais barata é de R$ 361,22, enquanto a mais salgada é de R$ 1,450. A variação de preços, no entanto, pode ser explicada pelas diferenças entre infraestrutura, carga horária, grade de aulas, metodologia e outros serviços, segundo Feliciano Abreu.
Na lista de menores valores de mensalidade está o Instituto Belo Horizonte de Ensino Superior (Ibhes), que apresenta os preços mais baixos para os cursos ofertados pela instituição. Já os três cursos oferecidos (administração, direito e ciências contábeis) pelo Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec) estão entre os mais caro. “É preciso ter preocupação com a qualidade do ensino. A tradição da faculdade pesa muito na análise de um currículo, o que não quer dizer que um excelente aluno não pode ser formado numa faculdade de menor renome”, afirma Abreu.