(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

IPI menor leva a recorde do setor automotivo

Benefício fiscal acelera vendas e brasileiros compram 3,8 mi de veículos em 2012. Alta foi de 4,6% frente ao ano anterior


postado em 08/01/2013 06:00 / atualizado em 08/01/2013 07:27

(foto: Jair Amaral/EM/D.A/Press)
(foto: Jair Amaral/EM/D.A/Press)
O choro das montadoras para a concessão de benefícios fiscais para incentivar o mercado automotivo surtiu efeito na comercialização de veículos novos. A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) alavancou as vendas em 4,6%, estabelecendo assim novo recorde para o setor: 3,8 milhões de unidades vendidas em 2012. Por outro lado, nem mesmo a política fiscal conseguiu impedir a derrocada na produção, tendo recuado 1,9% no período, segundo balanço da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). É a primeira vez que a indústria automotiva registra retração na produção de veículos em uma década.

O mercado mais afetado foi o de caminhões, com redução de 40,5% no volume produzido em 2012. Em 2011, foram produzidas 223 mil unidades ante 132 mil no ano passado. Efeito semelhante foi sentido no segmento de ônibus. O volume produzido foi 25,4% menor, caindo de 49 mil para 36 mil. Em contrapartida, a fabricação de automóveis e comerciais teve aumento de 1,2% no comparativo com 2011. Ao todo, foram produzidos 3,17 milhões ante 3,13 milhões um ano antes.

Segundo o economista da LCA Consultores Rodrigo Nishida, é preciso separar o resultado de leves e pesados. “No caso de automóveis e comerciais leves é possível verificar claramente os benefícios propiciados pela desoneração fiscal, enquanto para os pesados a adoção do diesel S50 fez com que, em 2011, a indústria antecipasse a produção e desovasse o estoque no ano passado”, afirma.

A Anfavea estima que em 2013 a indústria automobilística nacional terá crescimento entre 3,5% e 4,5% nas vendas de veículos, atingindo entre 3,94 milhões e 3,98 milhões de unidades. Mas a expectativa é considerada otimista. A previsão do economista da LCA Consultores é de que a variação fique entre 1% e 1,5%. Ainda assim porque o governo decidiu escalonar o fim do IPI até junho. Caso contrário, a previsão seria de estagnação.

Equilíbrio


Segundo a Anfavea, as medidas do governo para estimular o consumo refletiram em 400 mil carros adicionais. O volume representa quase o mesmo estoque de veículos nas concessionárias nos primeiros meses do ano passado. À época, o total de unidades em estoque era suficiente para as vendas de 39 dias. Atualmente, são 295 mil veículos, o que corresponde a 24 dias. O gerente de Desenvolvimento de Negócios da Jato Dynamics do Brasil, Milad Kalume Neto, afirma que as medidas de renúncia fiscal serviram exatamente para “equilibrar” os estoques. Em 2013, a expectativa é de um mercado mais parado, seguindo, no máximo, o ritmo do Produto Interno Bruto (PIB).

Se por um lado as medidas resultaram em queda de arrecadação, com o governo federal deixando de receber R$ 1,5 bilhão com IPI de maio até dezembro, por outro, a indústria automotiva argumenta que foi possível manter o nível de emprego do setor. O acordo estabelecido com o governo tinha como contrapartida a manutenção do volume de vagas. O vice-presidente da Anfavea, Luiz Moan, afirma que o número de vagas cresceu 3,7%, tendo a indústria atingido a marca de 149 mil vagas no mês passado. “Segue a garantia do nível de emprego. Apesar de ser um compromisso setorial, do ponto de vista de empresa, tem compromisso individual”, diz Moan.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)