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Estado de Minas

Vale do Aço agora também investe em petróleo e gás

Petrobras inclui indústrias metalúrgicas e mecânicas de Ipatinga em programa para desenvolver fornecedores


postado em 17/01/2013 06:00 / atualizado em 17/01/2013 07:08

Nem tudo é aço em Ipatinga, no Vale do Rio Doce, berço das atividades da Usiminas, um dos maiores complexos de produtos siderúrgicos da América Latina. A Petrobras escolheu o município, de 241,7 mil habitantes, como alvo de um programa para desenvolver polos de fornecedores da indústria de petróleo e gás no país. O projeto será apresentado hoje ao comitê gestor do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp). A cidade que batizou o Vale do Aço mineiro é a única distante do mar entre as cinco regiões industriais que serão incentivados pela estatal do petróleo, incluindo itaboraí, no Rio de Janeiro; Maragojipe, na Bahia; Ipujoca, em Pernambuco e São José do Norte, no Rio Grande do Sul.

Com duração de 18 meses, o projeto-piloto para criação dos chamados arranjos produtivos locais (APLs) – que reúnem empresas do mesmo ramo, em sistema de interação e cooperação – prevê a oferta de programas de qualificação dos fornecedoras e de linhas de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Participam do projeto, como parceiros, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Sebrae.

A Petrobras informou ao Estado de Minas que a escolha de Ipatinga se deve à vocação metalúrgica da região. Cercadas pelas montanhas, indústrias mecânicas locais se tornaram fornecedoras de estaleiros, enfrentando concorrentes do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Bahia. A inclusão do setor no projeto da Petrobras abre novas perspectivas, na avaliação de Jeferson Bachour Coelho, presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Sindimiva).

O trabalho e os investimentos para atender a indústria naval começaram quatro anos atrás, resultando num grupo de 10 empresas da cidade que passaram a abastecer os estaleiros de portas, calhas de amarras, mastros e balaustradas, entre outras peças. “Agora, a intenção é ir além da cadeia naval, participando do fornecimento de equipamentos submarinos, e para isso as empresas precisam se qualificar”, afirma Jeferson Coelho.

As perspectivas de crescimento da indústria de petróleo e gás, principalmente com a exploração da camada do pré-sal são vistas com especial interesse pela indústria de Minas, que tem participação considerada bastante modesta nesse mercado – não há estatística disponível – em comparação aos fornecedores de São Paulo e do Rio de Janeiro. Os investimentos no setor no Brasil estão estimados  em cerca de US$ 230 bilhões até 2016.

Potencial não falta a pequenas e médias empresas. “O que é preciso é trabalhar para que elas tenham capacitação e poder de competir”, diz José Luiz Melo Aguiar, presidente da Câmara da Indústria de Energia da Fiemg. A  instituição lança em fevereiro no Vale do Aço um projeto para estimular as indústrias locais a participarem do fornecimento  petróleo e gás natural.

Segundo o presidente da Fiemg regional, Luciano Araújo, a instituição dará suporte às fábricas locais, com um conjunto de iniciativas voltadas à qualificação das empresas e à valorização da produção local. “A região não pode ficar de fora de um programa de investimentos da magnitude que a indústria de petróleo e gás prepara. Vamos dar todo apoio para que o segmento se desenvolva”, afirma.


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