Brasília – O acionamento de todas as termelétricas para compensar o nível crítico dos reservatórios das hidrelétricas levou o Brasil a subir para a sexta posição entre os maiores consumidores de petróleo do mundo, superando a Arábia Saudita. Relatório divulgado ontem pela Associação Internacional de Energia (AIE) mostra que o consumo brasileiro atingiu, em outubro, média diária de 3,19 milhões de barris, 9,3% a mais do que o registrado um ano antes. O mercado saudita, por sua vez, absorveu 3,11 milhões de barris. Com isso, o país só ficou atrás de Estados Unidos, China, Japão, Índia e Rússia.
A tendência é de a média diária brasileira ter aumentado ainda mais nos dois últimos meses de 2012, considerando que as usinas movidas a óleo diesel só começaram a ser acionadas em 18 de outubro e continuam todas em atividade até hoje, a pleno vapor. A AIE estima que, em novembro, houve um acréscimo de 160 mil barris por dia no consumo nacional. Além das termelétricas, a entidade com sede em Paris contabiliza um impulso na demanda vindo do aumento na frota de veículos e de “claros sinais de recuperação (da economia) no fim do ano”, após meses de desempenho fraco.
MUNDO Os mercados mundiais de petróleo estão mais apertados diante do aumento da demanda da China por combustível e queda na oferta do bloco da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), informou ontem a AIE. A tendência pode dar impulso adicional aos preços da commodity.
A AIE, que assessora nações industrializadas sobre políticas de energia, aumentou acentuadamente sua previsão para a demanda global por petróleo para este ano, apesar das preocupações sobre a saúde da economia global.
“De uma hora para outra, o mercado parece mais apertado do que pensávamos”, disse a associação em seu relatório mensal, acrescentando que os estoques da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estão caindo após um longo período de acumulação. (Com agências)