O setor têxtil e de confecção deve encerrar 2012 com faturamento de US$ 56,7 bilhões, de acordo com dados preliminares divulgados nesta segunda-feira pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), Aguinaldo Diniz Filho. Caso seja confirmada, a cifra representará uma queda de 15,4% em relação à receita de US$ 67 bilhões obtida em 2011.
Entre janeiro e novembro o setor têxtil registrou recuo de 4,6% em volume se comparado a igual intervalo de 2011. Já na confecção, a redução no período foi de 10,5%. Em contrapartida, o volume de vendas no varejo cresceu 3,4% nos onze messes do ano passado ante igual período de 2011.
Aguinaldo Diniz Filho disse que a diferença no volume da indústria e do varejo está relacionada ao aumento das importações. De janeiro a novembro a importação de vestuário subiu 19,6% em relação aos mesmos meses de 2011. "Não somos contra a importação. Somos contra a concorrência desleal e predatória, que tira emprego e condições de investimentos", disse.
O dirigente revelou que a entidade está tentando um encontro com a presidente Dilma Rousseff para discutir medidas para reverter esse cenário, visando expansão da produção nacional. "A presidente vem falando com vários setores da economia, mas ainda não atendeu a Abit. Vamos continuar tentando essa importante conversa", afirmou.
Projeção para 2013
Para 2013, entretanto, a Abit projeta alta de até 2% na produção. Segundo Diniz Filho, o varejo de vestuário deve registrar crescimento físico de 4% neste ano. Por sua vez, o faturamento do setor de têxtil e de confecção deve atingir US$ 53 bilhões, ante previsão de US$ 56,7 bilhões para o fechado de 2012.
O dirigente revelou que a entidade estima avanço de 2,4% na indústria de transformação e estabilidade para geração de emprego no setor de têxtil e de confecção. "Se caminharmos para o PIB de 3% e a maturação das medidas do governo ocorrer, teremos um 2013 melhor", ponderou o presidente da Abit.