Os investigadores, que tentam compreender o motivo pelo qual uma bateria de um Boeing 787 Dreamliner aqueceu e obrigou este avião a realizar um pouso de emergência no Japão, decidiram analisá-la depois de passá-la por raios-x e de terem estudado a caixa preta sem encontrar nada.
As autoridades japonesas e americanas constataram que esta bateria de íon de lítio aparentemente não sofreu uma carga anormalmente elevada que tenha levado ao aumento brutal de temperatura, à fumaça e ao forte odor detectados na aeronave.
Segundo os dados contidos no registro de voo, a tensão da bateria não superou os 31 volts, ou seja, ficou abaixo do nível estabelecido de 32 volts, informou um responsável das autoridades japonesas da segurança aérea (JTSB).
Pelo contrário, esta tensão caiu brutalmente quando os alarmes foram ativados sob os olhos do comandante, indicando uma grave anomalia. Para avançar nas análises, os especialistas japoneses e seus colegas americanos mobilizados pela Junta Nacional de Segurança no Transporte (NTSB) desmontarão totalmente a bateria em questão, nas dependências de seu fabricante, o grupo japonês GS Yuasa, cujas linhas de produção também foram inspecionadas.
O carregador também será enviado ao seu fabricante americano para que seja analisado. Um Dreamliner da companhia All Nippon Airways (ANA) precisou realizar um pouso de emergência no dia 16 de janeiro em Takamastu (sul do Japão) devido a um alarme que apontava a existência de fumaça e pela presença de um forte odor a bordo que procedia da bateria.
Reduzida a um bloco enegrecido, a bateria da aeronave foi entregue na terça-feira à Agência Espacial Japonesa (JAXA), que a examinou com um aparelho de raio-x. O incidente, somado a outro similar ocorrido dias antes em Boston, nos Estados Unidos, com um avião da companhia japonesa Japan Airlines (JAL), levou diferentes autoridades aeronáuticas a imobilizarem toda a frota de Boeing 787 Dreamliner e a Boeing a suspender as entregas até que o problema tenha sido esclarecido.