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Estado de Minas

Aumento da renda e ascensão da classe C fomentam franquias de baixo aporte


postado em 27/01/2013 06:00 / atualizado em 27/01/2013 07:15

A elevação da massa salarial do trabalhador brasileiro e a ascensão da classe C abriram espaço para a expansão de um novo segmento de negócio: as franquias com valores de até R$ 100 mil. Elas crescem a ritmo mais acelerado do que a média e têm a vantagem de investimento mais baixo e retorno do capital em prazo menor. As chamadas microfranquias (com valor até R$ 50 mil) ainda têm desempenho melhor. Elas hoje representam 17% do total das marcas, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF). E enquanto o segmento de franquias cresceu 15% em 2012, o de microfranquias expandiu 25%.


“Estamos vendo o crescimento da classe C. E estas pessoas também têm o interesse em ter o negócio próprio”, afirma Edson Ranuth, diretor da ABF de microfranquias. A área foi criada há dois anos na associação e vem crescendo de vento em popa. “Enquanto a média de retorno de investimento é de 36 meses, na microfranquia é de 12 meses”, afirma Ranuth.
A experiência de Ranuth comprova. Ele é proprietário há 25 anos de uma franquia de clínica de emagrecimento estético, a Emagrecentro. A franquia, que exige desembolso inicial de R$ 50 mil, conta hoje com 210 unidades espalhadas pelo Brasil e já cruzou fronteiras: está presente também no Panamá. Nos últimos cinco anos, o crescimento do negócio foi de 50% ao ano. Em Belo Horizonte a rede conta com três unidades nos bairros Planalto, Prado e Castelo.


A franquia é voltada para as classes B e C e o diferencial são os pacotes de tratamento com preços competitivos, como aplicações para gordura estéticas, orientações alimentares e consultas. Ao contrário das outras redes, a Emagrecentro não cobra taxa de franquia. Mas os royalties são elevados: 16,6% do faturamento. “Como não cobramos taxa de franquia, preferimos ganhar a médio e longo prazo”, diz Ranuth.


Na medida A Medição – Soluções Metrológicas Integradas, com sede em Contagem, na grande Belo Horizonte, é outro exemplo de franquia que pode ser construída com até R$ 100 mil. Fundada em 1996, a empresa trabalha com calibração, manutenção, venda e treinamentos em instrumentos de metrologia (medições). O capital inicial para ter o negócio próprio vai de R$ 98 mil a R$ 350 mil. O diretor de expansão da franquia, Hallan Mendes, afirma que o retorno do investimento no negócio costuma acontecer de 24 a 30 meses.


Uma das vantagens do negócio, segundo Mendes, é em relação ao ponto de instalação. “A rua não precisa ser movimentada. Pelo contrário, é recomendado que seja um imóvel de fácil acesso e localização, mas não precisa ter muito movimento”, afirma Mendes. Com isso, diz, o custo da franquia fica mais baixo. Para dar o pontapé inicial, a franquia precisa ter o mínimo de três funcionários que recebem treinamento nas áreas comerciais, técnica e administrativa.


“Temos candidatos com diversos perfis. A maioria é homem, mas há unidades só com mulheres envolvidas. Temos desde engenheiros a administradores. Não é preciso que tenha experiência na área”, afirma Mendes. Cada unidade da franquia, diz, atende a um raio de 150 a 200 quilômetros. Atualmente, a cidade de Montes Claros é que oferece espaço para nova unidade. O público alvo do negócio são as empresas que seguem alguma norma ou legislação.


Para abrir a franquia de até R$ 100 mil, o diretor regional da ABF, Aristides Newton, dá algumas dicas. “A pessoa tem que ter vocação, identificação com a marca e estar à frente do negócio. Não pode ser o investidor. É preciso ainda separar de 20% a 30% do investimento para capital de giro”, afirma. Ele revela ainda que é importante que seja constituída uma empresa, onde serão pagos os impostos.

De chocolate a cursos

A antiga fábrica de chocolate Doce Cacau, que atualmente é a Qoy Chocolate Experience, é outra alternativa de franquia até R$ 100 mil. Para ter um negócio da rede, que conta com 69 franquias, sendo seis em Minas Gerais, é preciso desembolso mínimo de R$ 65 mil. “Com R$ 100 mil é possível até montar um Café Qoy, com quiosque em shopping”, afirma Flávia Falci, diretora comercial da Qoy. O quiosque de shopping tem a vantagem de não precisar de luvas do ponto. Por outro lado, há mais instabilidade nos contratos, que são fechados no prazo de seis meses a um ano. “Há o risco de o shopping não querer renovar o contrato em seis meses. Mas o bom do quiosque é que a pessoa pode transportar de um lugar para outro”, observa Flávia.


Cada loja conta com cerca de 200 itens. No Café Qoy é vendido ainda salgado, café e sorvete. Flávia afirma que o risco de perda do produto é pequeno. “Todas as lojas são climatizadas. E o produto que tem durabilidade menor é o pão de mel, que são quinze dias”, afirma. O empresário Wagner Oliveira decidiu apostar em um segmento em expansão: os serviços online. Em julho montou a Fácil Aprender, que oferece cursos de capacitação pela internet de vendas, gestão, cobrança, caixa e atendimento ao cliente. A rede conta com 10 cursos disponíveis e tem sede em Araxá. Em seis meses, a Fácil Aprender conta com seis franqueados em Minas Gerais, Goiânia e Recife.


Oliveira afirma que ainda há espaço para crescer no estado. “Hoje temos uma só franquia em Belo Horizonte. Temos espaço para mais seis”, diz. A procura pelos cursos online vem crescendo, segundo o empresário, em função da escassez de mão de obra especializada. O custo também é mais baixo. “O curso online custa R$ 30 para a empresa. Em ambiente presencial, vai de R$ 100 a R$ 150”, completa.


Para abrir a franquia de até R$ 100 mil, o diretor regional da ABF, Aristides Newton, dá algumas dicas. “A pessoa tem que ter vocação, identificação com a marca e estar à frente do negócio. Não pode ser o investidor. É preciso ainda separar de 20% a 30% do investimento para capital de giro”, afirma. Ele revela ainda que é importante que seja constituída uma empresa, onde serão pagos os impostos.


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