A Bovespa abre o pregão desta terça-feira sob a ameaça de perder o nível psicológico dos 60 mil pontos logo no início dos negócio. Como se já não bastasse a mudança de humor dos investidores com a renda variável brasileira, trazendo a performance doméstica para o vermelho em 2013, o sinal negativo vindo do exterior nesta manhã em nada contribui para uma melhora interna. Pouco depois das 10 horas, o Ibovespa tinha leve alta de 0,04%, aos 60.053,73 pontos, na pontuação máxima até então.
A equipe de analistas do BB Investimentos destaca que, como o Ibovespa ainda conseguiu superar os 60 mil pontos na sessão de ontem - fechou aos 60.027 pontos - é importante monitorar o comportamento do índice à vista no curtíssimo prazo, principalmente, se romper para baixo este patamar. "Os próximos suportes", afirmam, "estão em torno de 59,3 mil pontos e de 58,4 pontos".
Operadores destacam que ordens de stop loss (limite de perda aceitável) podem voltar a ser acionadas hoje, caso essas marcas sejam testadas, e que o mercado está refém de operações de cash and carry, diante da elevada posição vendida dos investidores estrangeiros no mercado futuro e do saldo positivo dos "gringos" no mercado à vista.
Dados da BM&FBovespa mostram que os não residentes elevaram em quase 11 mil contratos a aposta na queda do Ibovespa futuro, agora com quase 70 mil contratos em aberto. Em contrapartida, o superávit de recursos externos soma aproximadamente R$ 3,6 bilhões na parcial do mês.
A equipe de analistas da Um Investimentos acredita, porém, que a Bolsa brasileira deve operar mais próxima dos mercados internacionais, com os investidores atentos à agenda econômica norte-americana, em dia de poucas divulgações no País. Ainda no horário acima, o futuro do S&P 500 caía 0,34%, antes do anúncio dos índices de preços de moradias em cidades norte-americanas (12h) e de confiança do consumidor (13h).
Há também uma expectativa pelos números de atividade e emprego que serão conhecidos nos Estados Unidos a partir de amanhã e que podem (ou não) reforçar a percepção de recuperação da economia global, bem como pelo desfecho da reunião de dois dias de política monetária do Federal Reserve, que começa nesta terça-feira.
Na Europa, as principais bolsas europeias também exibiam perdas, com dados favoráveis sobre a confiança do consumidor na Alemanha e na França ou declarações vindas da União Europeia (UE) sobre uma flexibilização de metas orçamentárias da Espanha sendo incapazes de firmar uma direção única.