O aumento do preço da gasolina irritou muitos consumidores, mas, para conseguir um prazo, há quem aceite pagar R$ 3,47 pelo litro da gasolina comum em Belo Horizonte. O valor é R$ 0,71 superior à média de R$ 2,76 registrada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) na semana do reajuste. Ainda que o levantamento – feito pela agência entre 27 de janeiro e sexta-feira – tenha apontado um preço máximo de R$ 2,999 entre os 95 estabelecimentos pesquisados, o Estado de Minas encontrou valores bem superiores na capital. No Posto Xuá, na BR-356, 2.906, Bairro Belvedere, o litro da gasolina comum chegou a R$ 3,099.
No Posto Ponte Nova, na Avenida Nossa Senhora do Carmo, 450, Bairro Sion, Região Centro-Sul, quem está no sufoco pode pagar o abastecimento com um cheque pré-datado para 60 dias, mas o custo é alto – de R$ 2,968 à vista o preço do litro da gasolina comum vai para R$ 3,468. Afonso Anísio da Silva, chefe de pista do estabelecimento, explica que essa é a única forma aceita pelo posto para pagamento a prazo. “Consideramos o pagamento com cartão como à vista e, atualmente, todo mundo tem vários cartões, alguns com vencimento em 40 dias. Porém, tem muita gente apertada, com limite estourado, que aceita pagar mais caro. É uma loucura mesmo.”
De acordo com Afonso Anísio, alguns clientes estão tão habituados a pedir um prazo e a achar mais vantajoso ganhar mais tempo para o pagamento que não se dão conta do valor. Se a gasolina for aditivada, o valor a prazo sobe ainda mais, passando para R$ 3,618. No caso do álcool, o preço do litro pago com cheque pré-datado é de R$ 2,498.
Foi também por necessidade – não financeira, mas a urgência em abastecer o tanque, que já estava na reserva – que a administradora de empresas Ana Carolina Basile pagou por um dos mais altos preços do litro de gasolina encontrados até agora em Belo Horizonte, no Posto Xuá. “Eu sou de Contagem e lá os preços estão mais em conta, por volta de R$ 2,759, mas não tive como esperar para chegar a um posto mais barato.” O jeito, então, foi abastecer somente R$ 30, o que representou 9,68 litros, o suficiente para chegar ao seu destino. “Depois eu encho em outro posto.”
Sem queixas
O supervisor do Posto Xuá, Hudson Marcos, reconhece que o valor cobrado no posto é o mais caro entre os estabelecimentos da região, mas garante não ter ouvido queixas dos clientes regulares. “Quem sempre abastece aqui continua vindo mesmo depois do reajuste. Só quem não sabe da qualidade do combustível e do serviço daqui que fala alguma coisa.”
Segundo o levantamento da ANP em postos de Belo Horizonte na semana passada, o menor preço encontrado pelo litro da gasolina comum foi de R$ 2,579. Um passeio pelas principais vias da Região Centro-Sul da capital é suficiente para mostrar que vale a pena pesquisar em outras regiões da cidade. Ao longo das avenidas Bias Fortes, Afonso Pena, Nossa Senhora do Carmo, Prudente de Morais e Contorno, os preços variam de R$ 2,799 a R$ 3,089.