A expectativa do ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi confirmada em relação ao reajuste do preço da gasolina nas bombas dos postos de Belo Horizonte: o aumento ficou em 4,25%, tendo em 4 de janeiro o valor médio de R$ 2,750 e em 1º de fevereiro de R$ 2,867, segundo levantamento do site Mercado Mineiro, que pesquisa o varejo na capital. “A taxa de 4% deve ser a que vai permanecer nas bombas. Quando o governo divulga o reajuste do combustível, o empresário perde a referência nos primeiros dias. Mas quem exagera acaba perdendo vendas, aí volta a entrar para a competição de preços outra vez”, afirma Paulo Miranda Soares, presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustível do Estado de Minas Gerais (Minaspetro) e da Federação Nacional dos Revendedores de Combustível (Fecombustíveis).
Por região, o menor preço médio da gasolina foi encontrado nos postos da cidade de Contagem (R$ 2,807) e o maior valor médio nos da Região Sul de Belo Horizonte (R$ 3,014). A variação de preço mais expressiva aconteceu na Região do Barreiro, onde o preço médio passou de R$ 2,70 para R$ 2,848 entre 17 de janeiro e 1º de fevereiro, reajuste de 5,09%. “O consumidor precisa ter cuidado porque estamos próximos do maior feriado do país, o carnaval. Muita gente pode reajustar o máximo que pode para aproveitar o momento e ver até quanto o consumidor vai pagar. Se todo mundo abastecer abaixo do preço médio, quem tiver com valor acima vai ter que diminuir”, alerta Feliciano Lopes de Abreu, coordenador do Mercado Mineiro.
Insatisfeito com o aumento no preço dos combustíveis está o autônomo Warlem Braga, que trabalha com a venda de autopeças e precisa do carro para se deslocar. Ele chega a percorrer cerca de 80 quilômetros e gasta R$ 140 por semana para abastecer o carro. A partir do reajuste, ele confessa que a tendência é que essa despesa pese ainda mais em seu bolso. “O aumento é uma vergonha e tenho notado que o preço sobe quase que de quatro em quatro meses”, diz. “Se toda vez os combustíveis subirem 4%, nessa mesma frequência, não sei como fica o consumidor”, acrescenta Braga, que critica as condições do setor petrolífero no país. “O Brasil é um grande produtor, mas parece não se preocupar muito com a demanda interna”, afirma.
Para driblar os custos e economizar, Braga conta que a opção tem sido pelos preços menores ao fazer o trajeto do trabalho. “Quando passo por algum lugar onde a gasolina está mais barata, eu paro e coloco uma quantidade maior, mas nem sempre é possível”, afirma. Ontem, ele abasteceu ao preço de R$ 2,88 o litro, em um posto na Avenida Olinto Meireles, na Região do Barreiro. “Hoje coloquei R$ 40, mas costumo colocar de R$ 20 em R$ 20 para que o orçamento não sinta tanto”, confessa.
Proprietário de uma oficina mecânica e de uma fábrica de biscoitos, José Carlos Guimarães também se queixa do aumento. “Antes eu colocava 70% de álcool e os outros 30% de gasolina. Mas com o preço da gasolina aumentando não sei como vai ficar essa conta”, confessa. O empresário reclama não apenas do reajuste de gasolina, mas também do etanol. “O aumento deveria valer apenas para os derivados de petróleo e o álcool acabou subindo um pouco. Se no caso da gasolina o preço subisse apenas os 4% seria interessante, mas sabemos que muitos postos aproveitam o momento para subir mais que isso”, comenta.
Lei do mercado
José Guilherme Cardoso Costa, sócio-proprietário do Posto BH, no Santa Efigiênia, onde a gasolina avançou de R$ 2,59 para R$ 2,69 nesta semana, explica que o preço é regulado pelo próprio mercado. “O preço é livre, cada um coloca regula o seu preço como quer”, diz. Mas ele comenta que uma das justificativas para o aumento superior aos 4% em algumas regiões é a forma como cada posto trabalha. “Eu, por exemplo, subi apenas os 4% já esperados porque só vendo à vista, em dinheiro, mas quem vende a prazo, no cartão ou no cheque costuma ter um preço maior”, diz.
Ainda de acordo com Costa, embora não seja bem aceito pelos clientes e pelo próprio mercado, o reajuste pode ser considerado normal. “O índice de 4% está dentro da faixa. Há uma leve queda nas vendas, mas isso vai voltando aos poucos”, afirma. “Como há muito tempo a gasolina não tinha um reajuste maior, as pessoas levam um tempo para se acostumar com o preço e voltar a abastecer como antes do aumento”, finaliza.
No carnaval é bom usar calculadora
Quem vai viajar de carro no carnaval, é bom se informar do preço da gasolina antes de encher o tanque de combustível. A economia de quem vai para o circuito da folia pode chegar a 10,9% se a pessoa preferir abastecer em Belo Horizonte, no lugar de cidades históricas como Diamantina. Na capital o preço médio do litro da gasolina na semana passada, segundo o levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gas Natural e Biocumbustíveis (ANP), estava em R$ 2,760, contra R$ 3,061 em Diamantina. A pesquisa analisou os preços no período de 26 de janeiro a 2 de fevereiro.
Isso significa que se a pessoa for viajar entre as duas cidades, em um trecho com 284 quilômetros de distância em um veículo que gasta um litro para percorrer 10 quilômetros, vai pagar R$ 78,38 se abastecer o tanque em Belo Horizonte e R$ 86,93 se fizer o mesmo em Diamantina.
“Essa diferença é maior em função do frete que é pago para transportar o combustível. Só para ter ideia, o caminhão que vai de Betim a Montes Claros, por exemplo, cobra mais R$ 0,10 no litro da gasolina”, afirma Soares, presidente do Minaspetro e da Fecombustíveis. O sindicato espera que o abastecimento na véspera do carnaval aumente de 50% a 70%, mas que não faltará produto. “O consumidor não vai ficar sem o produto. Tivemos reunião com a Petrobras e o assunto já foi tratado. Há controle total do abastecimento”, diz.
Se for levar em conta o preço médio cobrado na capital pelo litro da gasolina e o valor cobrado em outras regiões do circuito da folia, como Diamantina, Ouro Preto, Nova Lima, São João del-Rei, Sabará e Rio de Janeiro, o combustível é mais barato na capital. Mas é preciso ressaltar que é possível encontrar gasolina mais barata nas cidades carnavalescas. Em São João del-Rei, por exemplo, foram pesquisados onze postos de combustível e o valor mais alto encontrado pelo litro da gasolina foi de R$ 2,949. O mais baixo foi de R$ 2,79. Já em Belo Horizonte, onde foram pesquisados 95 postos pela ANP, o valor mais baixo encontrado foi de R$ 2,579 e o mais alto de R$ 2,999. O consumidor deve ficar atento às formas de pagamento. Alguns postos só aceitam dinheiro ou cartão de crédito. (GC)
Por região, o menor preço médio da gasolina foi encontrado nos postos da cidade de Contagem (R$ 2,807) e o maior valor médio nos da Região Sul de Belo Horizonte (R$ 3,014). A variação de preço mais expressiva aconteceu na Região do Barreiro, onde o preço médio passou de R$ 2,70 para R$ 2,848 entre 17 de janeiro e 1º de fevereiro, reajuste de 5,09%. “O consumidor precisa ter cuidado porque estamos próximos do maior feriado do país, o carnaval. Muita gente pode reajustar o máximo que pode para aproveitar o momento e ver até quanto o consumidor vai pagar. Se todo mundo abastecer abaixo do preço médio, quem tiver com valor acima vai ter que diminuir”, alerta Feliciano Lopes de Abreu, coordenador do Mercado Mineiro.
Insatisfeito com o aumento no preço dos combustíveis está o autônomo Warlem Braga, que trabalha com a venda de autopeças e precisa do carro para se deslocar. Ele chega a percorrer cerca de 80 quilômetros e gasta R$ 140 por semana para abastecer o carro. A partir do reajuste, ele confessa que a tendência é que essa despesa pese ainda mais em seu bolso. “O aumento é uma vergonha e tenho notado que o preço sobe quase que de quatro em quatro meses”, diz. “Se toda vez os combustíveis subirem 4%, nessa mesma frequência, não sei como fica o consumidor”, acrescenta Braga, que critica as condições do setor petrolífero no país. “O Brasil é um grande produtor, mas parece não se preocupar muito com a demanda interna”, afirma.
Para driblar os custos e economizar, Braga conta que a opção tem sido pelos preços menores ao fazer o trajeto do trabalho. “Quando passo por algum lugar onde a gasolina está mais barata, eu paro e coloco uma quantidade maior, mas nem sempre é possível”, afirma. Ontem, ele abasteceu ao preço de R$ 2,88 o litro, em um posto na Avenida Olinto Meireles, na Região do Barreiro. “Hoje coloquei R$ 40, mas costumo colocar de R$ 20 em R$ 20 para que o orçamento não sinta tanto”, confessa.
Proprietário de uma oficina mecânica e de uma fábrica de biscoitos, José Carlos Guimarães também se queixa do aumento. “Antes eu colocava 70% de álcool e os outros 30% de gasolina. Mas com o preço da gasolina aumentando não sei como vai ficar essa conta”, confessa. O empresário reclama não apenas do reajuste de gasolina, mas também do etanol. “O aumento deveria valer apenas para os derivados de petróleo e o álcool acabou subindo um pouco. Se no caso da gasolina o preço subisse apenas os 4% seria interessante, mas sabemos que muitos postos aproveitam o momento para subir mais que isso”, comenta.
Lei do mercado
José Guilherme Cardoso Costa, sócio-proprietário do Posto BH, no Santa Efigiênia, onde a gasolina avançou de R$ 2,59 para R$ 2,69 nesta semana, explica que o preço é regulado pelo próprio mercado. “O preço é livre, cada um coloca regula o seu preço como quer”, diz. Mas ele comenta que uma das justificativas para o aumento superior aos 4% em algumas regiões é a forma como cada posto trabalha. “Eu, por exemplo, subi apenas os 4% já esperados porque só vendo à vista, em dinheiro, mas quem vende a prazo, no cartão ou no cheque costuma ter um preço maior”, diz.
Ainda de acordo com Costa, embora não seja bem aceito pelos clientes e pelo próprio mercado, o reajuste pode ser considerado normal. “O índice de 4% está dentro da faixa. Há uma leve queda nas vendas, mas isso vai voltando aos poucos”, afirma. “Como há muito tempo a gasolina não tinha um reajuste maior, as pessoas levam um tempo para se acostumar com o preço e voltar a abastecer como antes do aumento”, finaliza.
No carnaval é bom usar calculadora
Quem vai viajar de carro no carnaval, é bom se informar do preço da gasolina antes de encher o tanque de combustível. A economia de quem vai para o circuito da folia pode chegar a 10,9% se a pessoa preferir abastecer em Belo Horizonte, no lugar de cidades históricas como Diamantina. Na capital o preço médio do litro da gasolina na semana passada, segundo o levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gas Natural e Biocumbustíveis (ANP), estava em R$ 2,760, contra R$ 3,061 em Diamantina. A pesquisa analisou os preços no período de 26 de janeiro a 2 de fevereiro.
Isso significa que se a pessoa for viajar entre as duas cidades, em um trecho com 284 quilômetros de distância em um veículo que gasta um litro para percorrer 10 quilômetros, vai pagar R$ 78,38 se abastecer o tanque em Belo Horizonte e R$ 86,93 se fizer o mesmo em Diamantina.
“Essa diferença é maior em função do frete que é pago para transportar o combustível. Só para ter ideia, o caminhão que vai de Betim a Montes Claros, por exemplo, cobra mais R$ 0,10 no litro da gasolina”, afirma Soares, presidente do Minaspetro e da Fecombustíveis. O sindicato espera que o abastecimento na véspera do carnaval aumente de 50% a 70%, mas que não faltará produto. “O consumidor não vai ficar sem o produto. Tivemos reunião com a Petrobras e o assunto já foi tratado. Há controle total do abastecimento”, diz.
Se for levar em conta o preço médio cobrado na capital pelo litro da gasolina e o valor cobrado em outras regiões do circuito da folia, como Diamantina, Ouro Preto, Nova Lima, São João del-Rei, Sabará e Rio de Janeiro, o combustível é mais barato na capital. Mas é preciso ressaltar que é possível encontrar gasolina mais barata nas cidades carnavalescas. Em São João del-Rei, por exemplo, foram pesquisados onze postos de combustível e o valor mais alto encontrado pelo litro da gasolina foi de R$ 2,949. O mais baixo foi de R$ 2,79. Já em Belo Horizonte, onde foram pesquisados 95 postos pela ANP, o valor mais baixo encontrado foi de R$ 2,579 e o mais alto de R$ 2,999. O consumidor deve ficar atento às formas de pagamento. Alguns postos só aceitam dinheiro ou cartão de crédito. (GC)