A produção industrial caiu em nove dos 14 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2012, em relação ao ano anterior. No ano passado, a indústria registrou queda de 2,7 a maior retração desde 2009, quando o recuo foi de 7,4%. Em 2011, o setor havia registrado leve expansão de 0,4%.
As perdas da indústria automotiva em 2012 prejudicaram Estados produtores e explicam os principais impactos negativos sobre o total da indústria nacional, segundo o IBGE. Os recuos em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul foram todos puxados pela menor fabricação de veículos automotores no ano passado, notou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE. As quatro regiões deram a maior contribuição para a queda de 2,7% da produção industrial em 2012.
"A atividade de veículos automotores foi a que mais pressionou o total nacional. As quatro regiões de maior impacto (sobre o total da indústria) têm na base de sua queda também o setor automotivo, com produção de caminhões, automóveis e autopeças", afirmou Macedo.
Minas Gerais
A exceção foi Minas Gerais, com comportamento marcante também da indústria automobilística, onde a produção de automóveis fechou 2012 com crescimento, o que fez o Estado escapar do vermelho no ano passado. A indústria mineira teve alta de 1,4% em 2012, a principal contribuição positiva para a taxa nacional. "Em Minas Gerais, a produção de automóveis não caiu, fechou o ano no positivo", ressaltou o gerente do IBGE.
Segundo Macedo, a estratégia das montadoras instaladas em cada região explica as diferenças e influencia muito no resultado final do Estado. "É muito da estratégia, do comportamento, de cada empresa de cada local", afirmou. "Na produção de automóveis no Paraná se observa muito o comportamento negativo nos últimos meses ligado à empresa inserida nesse setor naquele local. No Paraná, há estratégia da empresa que produz lá de paralisar a produção para ampliar seu parque de produção. Então, isso afeta o resultado da produção industrial local", explicou o gerente do IBGE.
Em Minas Gerais, onde há um informante para a produção de automóveis, a estratégia da empresa foi manter a fabricação de veículos no local, o que impulsionou a produção regional. "Pode ser estratégia de mercado de aumentar a produção de determinada marca", disse Macedo.
Em 2012, houve pressão negativa da queda na produção de caminhões e automóveis em São Paulo, assim como no Rio de Janeiro. No Paraná, houve perdas na linha de produção de caminhões, caminhão-trator, autopeças e chassis de caminhões. No Rio Grande do Sul, houve impacto de reboques e automóveis.
Dezembro
Na passagem de novembro para dezembro de 2012, sete locais apontaram taxas negativas: Paraná (-3,5%), Rio Grande do Sul (-2,0%), Espírito Santo (-1,9%), Rio de Janeiro (-1,3%), Ceará (-1,1%), Minas Gerais (-1,0%) e Amazonas (-0,5%) assinalaram os recuos na produção. Por outro lado, Goiás, com expansão de 13,7%, registrou o crescimento mais elevado em dezembro de 2012, seguido por Pernambuco (7,6%), Bahia (4,7%), Pará (4,0%), Região Nordeste (2,7%), São Paulo (0,6%) e Santa Catarina (0,4%).
Comparação anual
A produção industrial, que teve baixa de 3,6% em dezembro de 2012, na comparação com o mesmo mês de 2011, recuou em 9 dos 14 locais pesquisados. O IBGE cita o fato de o mês de dezembro do ano passado ter tido dois dias úteis a menos do que igual período de 2011.
As maiores quedas partiram do Paraná (-28,3%) e do Rio Grande do Sul (-13,4%), "pressionadas em grande parte pelo comportamento negativo dos setores de edição, impressão e reprodução de gravações e veículos automotores, no primeiro local, e de refino de petróleo e produção de álcool, veículos automotores e alimentos, no segundo".
Na sequência, entre as quedas, estão Espírito Santo (-9,8%), Amazonas (-6,0%), Pará (-3,4%), Rio de Janeiro (-3,1%), Ceará (-2,6%), Santa Catarina (-2,5%) e São Paulo (-1,5%).
Por outro lado, mostraram aumento as produções da Bahia (20,6%), de Goiás (7,6%), da região Nordeste (7,1%), de Minas Gerais (4,1%) e de Pernambuco (0,8%). (Com agências)