Os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) que se localizam no Golfo, incluindo a Arábia Saudita, principal exportador de petróleo, não estão dispostos a aumentar a sua produção - mesmo que os preços do petróleo subam bem acima dos US$ 100 por barril, valor que o grupo vê como ideal, segundo fontes dos membros do Golfo da Opep.
Os preços do petróleo Brent subiram ligeiramente na quinta-feira em comparação com a sessão anterior, mas, no início do dia, avançaram para US$ 117,83 por barril, o maior nível em mais de quatro meses. Os preços para os contratos de ambos os lados do Atlântico subiram desde que o ano novo começou, ainda que o aumento tenha sido mais acentuado no petróleo Brent.
Notícias de que o Irã, também membro da Opep, rejeitou a ideia de negociações diretas com os Estados Unidos sobre suas ambições nucleares fez com que alguns investidores se preocupassem com abastecimento de petróleo da região, sustentando o aumento de preço.
No entanto, alguns outros membros da Opep da região do Golfo minimizaram o aumento dos preços do petróleo.
"A Arábia Saudita e outros produtores do Golfo não estão preocupados com os recentes aumentos de preços", disse um oficial sênior dos membros da Opep no Golfo. "A região está pronta para fornecer aos clientes o que eles precisam e estabilizar os mercados de petróleo bruto, mas, no momento, não há nenhuma necessidade para agir".
A Arábia Saudita manteve a sua produção de petróleo estável em torno de 9 milhões de barris por dia em janeiro, pelo segundo mês consecutivo, afirmou uma fonte com conhecimento da política de petróleo do país.
"Não me entenda mal, nós gostaríamos que os preços de petróleo se estabilizassem em torno de US$ 100 por barril, uma vez que preços altos podem desacelerar o crescimento econômico, mas um aumento de preço observado em apenas alguns dias não é motivo para preocupação", afirmou outra fonte da Opep no Golfo. "A situação de oferta/demanda não mudou, não há razões fundamentais por trás do aumento de preço, assim não vamos fazer nada agora".
No final de janeiro, o Secretário-Geral da Opep, Abdalla Salem el-Badri, disse: "No momento, nós acreditamos que o mercado está bem equilibrada", acrescentando que a organização espera que o mercado "permaneça bem abastecido para atender o crescimento da demanda de petróleo" para o resto da ano.