Observe bem as duas fotos acima. O que elas têm em comum? Os dois rapazes são morenos, vestem a camisa do mesmo time de futebol, amarram a faixa na cabeça da mesma forma, usam os mesmos brincos, têm alguns dentes encavalados e jeito irreverente. Parecem a mesma pessoa, mas não são. Um é o conhecido Ronaldinho Gaúcho, jogador do Atlético-MG. O outro é seu sósia, o alagoano José Robson Batista de Oliveira, que veio morar em Belo Horizonte atrás do jogador.
Oliveira conta que já chegou a arrecadar R$ 3 mil por mês só para aparecer em boates e nos eventos do time do Galo. O valor está longe da renda mensal do Ronaldinho oficial, estimada em R$ 600 mil. Mas Oliveira não reclama e faz questão de acompanhar o sósia por todo o Brasil. E faz “figas” para o jogador marcar gols e viver uma boa fase no futebol. “Quando ele está bem, eu também estou. Quando está mal, eu fico mal. Na época do Flamengo foi ruim, chegaram a quebrar ovos em mim”, diz. Oliveira vibrou com a convocação de Ronaldinho para a Seleção Brasileira. “Isso ajudou muito. Quero ficar mais um ano em Belo Horizonte”, diz. Ele trabalha também como vendedor de seguros. A similaridade com o jogador ajuda nas vendas. “Os clientes sempre pedem para tirar foto”, diz.
O cantor Wilmar Braga acaba de mudar o estilo do cabelo. Fez escova progressiva, repicou e puxou a franja para a frente. O corte foi pensado para se parecer mais com o ídolo de quem é cover há 15 anos: Roberto Carlos. Assim como o Rei, Braga é ariano, veste jeans e camisa azul e tem algumas manias. “Eu não passo na mesma porta pela qual entrei nem debaixo de escadas”, conta. Ao ser contratado, exige três dúzias de rosas e duas de rosa branca. “Tudo que o Roberto faz, eu faço. Não é por imitar, mas porque gosto mesmo”, afirma. Nos shows, a primeira canção é sempre Emoções e a última Jesus Cristo.
Perto da fama Ao longo de sua carreira, Braga gravou oito CDs com as músicas do ídolo e tem mais de 600 shows gravados. O cover mineiro faz cerca de 15 shows por mês entre o Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia. Cobra de R$ 6 mil (com quinteto) a R$ 12 mil (quando leva em torno de 14 músicos da banda). Braga conta hoje com boa estrutura: carro para show, ônibus para a banda e dois seguranças.
Além de atuar como cantor, ele possui empresa de manutenção de equipamentos eletrônicos. No ano passado, ficou doente e teve depressão. “O médico recomendou que eu fizesse uma escolha no trabalho. Optei por me dedicar mais à música”, diz. Ele conta que aos 9 anos já gostava de tocar de violão. De família simples, sem recursos para adquirir o instrumento, brincava com cordas de arame amarradas em tábuas de madeira. Foi assim que iniciou sua trajetória.