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Estado de Minas

Sósias usam semelhança com famosos para ganhar a vida

Parecidos com pessoas ou personagens famosos, muitos encontram nessa semelhança a forma de conseguir renda


postado em 11/02/2013 00:12 / atualizado em 11/02/2013 11:36

No rastro da fama do armador do Atlético Ronaldinho gaúcho, o vendedor alagoano José Robson Batista de Oliveira garante seu salário (foto: Alexandre Guzanshe / Beto Magalhães /EM/D.A. PRESS)
No rastro da fama do armador do Atlético Ronaldinho gaúcho, o vendedor alagoano José Robson Batista de Oliveira garante seu salário (foto: Alexandre Guzanshe / Beto Magalhães /EM/D.A. PRESS)

Observe bem as duas fotos acima. O que elas têm em comum? Os dois rapazes são morenos, vestem a camisa do mesmo time de futebol, amarram a faixa na cabeça da mesma forma, usam os mesmos brincos, têm alguns dentes encavalados e jeito irreverente. Parecem a mesma pessoa, mas não são. Um é o conhecido Ronaldinho Gaúcho, jogador do Atlético-MG. O outro é seu sósia, o alagoano José Robson Batista de Oliveira, que veio morar em Belo Horizonte atrás do jogador.


Quando era adolescente, em Maceió (AL), Oliveira conta que sempre andava com chapéu cobrindo o rosto. “Eu me achava feio, não mostrava o rosto para ninguém”, diz. Hoje, a sua semelhança indiscutível com o meia do Atlético é a peça-chave na sua profissão. “Acho que já tirei mais fotos com a torcida do Atlético do que o próprio Ronaldinho”, diz. Nos seus cálculos, já foram mais de um milhão de cliques. “Estudei o sotaque, o jeito de andar, o sorriso e a maneira de posar para fotos do Ronaldinho”, conta. Assim como Oliveira, diversas pessoas ganham a vida com o uso da aparência física próxima à de algum ídolo ou personagem famoso. É o caso do cantor Wilmar Braga, cover do Roberto Carlos, de Reinaldo Amand Machado, cover de Freddie Mercury, do Queen, e de Leonardo Thomasi, que é a cara do Papai Noel.

 Oliveira conta que já chegou a arrecadar R$ 3 mil por mês só para aparecer em boates e nos eventos do time do Galo. O valor está longe da renda mensal do Ronaldinho oficial, estimada em R$ 600 mil. Mas Oliveira não reclama e faz questão de acompanhar o sósia por todo o Brasil. E faz “figas” para o jogador marcar gols e viver uma boa fase no futebol. “Quando ele está bem, eu também estou. Quando está mal, eu fico mal. Na época do Flamengo foi ruim, chegaram a quebrar ovos em mim”, diz. Oliveira vibrou com a convocação de Ronaldinho para a Seleção Brasileira. “Isso ajudou muito. Quero ficar mais um ano em Belo Horizonte”, diz. Ele trabalha também como vendedor de seguros. A similaridade com o jogador ajuda nas vendas. “Os clientes sempre pedem para tirar foto”, diz.

Cover de Roberto Carlos, Wilmar Braga faz até 15 shows por mês(foto: Marcos Vieira/EM.D.A Press)
Cover de Roberto Carlos, Wilmar Braga faz até 15 shows por mês (foto: Marcos Vieira/EM.D.A Press)
O cantor Wilmar Braga acaba de mudar o estilo do cabelo. Fez escova progressiva, repicou e puxou a franja para a frente. O corte foi pensado para se parecer mais com o ídolo de quem é cover há 15 anos: Roberto Carlos. Assim como o Rei, Braga é ariano, veste jeans e camisa azul e tem algumas manias. “Eu não passo na mesma porta pela qual entrei nem debaixo de escadas”, conta. Ao ser contratado, exige três dúzias de rosas e duas de rosa branca. “Tudo que o Roberto faz, eu faço. Não é por imitar, mas porque gosto mesmo”, afirma. Nos shows, a primeira canção é sempre Emoções e a última Jesus Cristo.

Perto da fama Ao longo de sua carreira, Braga gravou oito CDs com as músicas do ídolo e tem mais de 600 shows gravados. O cover mineiro faz cerca de 15 shows por mês entre o Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia. Cobra de R$ 6 mil (com quinteto) a R$ 12 mil (quando leva em torno de 14 músicos da banda). Braga conta hoje com boa estrutura: carro para show, ônibus para a banda e dois seguranças.

Além de atuar como cantor, ele possui empresa de manutenção de equipamentos eletrônicos. No ano passado, ficou doente e teve depressão. “O médico recomendou que eu fizesse uma escolha no trabalho. Optei por me dedicar mais à música”, diz. Ele conta que aos 9 anos já gostava de tocar de violão. De família simples, sem recursos para adquirir o instrumento, brincava com cordas de arame amarradas em tábuas de madeira. Foi assim que iniciou sua trajetória.


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