Apenas 22 dias após o início de seu segundo mandato, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, centrará nos desafios da economia e no fortalecimento da classe média no seu discurso anual no Congresso, na noite desta terça-feira. A escolha dos temas é reflexo da demanda da opinião pública e do cálculo da Casa Branca de que, sem a entrega de sua promessa ao eleitorado de melhora na economia, Obama ficará de mãos atadas para as iniciativas doméstica, de defesa e de política externa até o fim de seu governo. Velhas promessas, como a de sancionar uma reforma ampla da política de imigração e novos desafios, como o de restringir as vendas de fuzis de assalto, estarão presentes. Mas, assim como os temas de política externa, não consumirão mais que alguns minutos de sua fala. Na semana passada, Obama antecipou que no discurso sobre o Estado da União se concentraria em "uma economia que funcione para todo mundo" e na necessidade de fortalecimento e expansão da classe média norte-americana. "Vou falar que estamos concentrados na criação de empregos nos EUA", resumiu. Seus assessores trataram de deixar vazar para a imprensa a espinha dorsal de seu principal discurso à nação. Este quarto Estado da União de Obama não traçará novos objetivos para seu segundo mandato. Mas deixará clara a sua pressa em resolver velhos imbróglios com potencial de minar a recuperação americana e o cumprimento de suas promessas de campanha - não apenas as de 2012, como também as de 2008.