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Estado de Minas NEGÓCIOS

Moradores de BH estão à espera dos turistas da Copa

Proprietários de imóveis na Região da Pampulha e do Mineirão anunciam em vários idiomas e salgam preços


postado em 15/02/2013 06:00 / atualizado em 15/02/2013 07:34

O médico e ator Diógenes Alcântara planeja alugar cobertura para estrangeiros que vierem a BH para ver os jogos da Copa das Confederações(foto: EDÉSIO FERREIRA/EM/D.A PRESS)
O médico e ator Diógenes Alcântara planeja alugar cobertura para estrangeiros que vierem a BH para ver os jogos da Copa das Confederações (foto: EDÉSIO FERREIRA/EM/D.A PRESS)

Anúncios de casas e apartamentos para aluguel na região da Pampulha e próximos ao Mineirão começam a surgir por todos os lados. As ofertas muitas vezes surgem em três idiomas: português, inglês e espanhol. O objetivo é atrair o turista nacional e estrangeiro para a Copa das Confederações, em junho, que promete servir de teste para a Copa do Mundo de 2014. Os valores cobrados pelos aluguéis são de brilhar os olhos dos proprietários dos imóveis: chegam a até dez vezes mais do que a tarifa em período normal na região.


O engenheiro civil Charles Valadares decidiu deixar seu apartamento vazio até a Copa das Confederações e tentar ter ganhos melhores durante o torneio, que acontece de 15 a 30 de junho. Seu apartamento, de 90 metros quadrados e três quartos, é todo mobiliado e fica a quatro quilômetros do Mineirão. O engenheiro pediu entre R$ 15 mil e R$ 18 mil pelo aluguel nos 15 dias da copa, sendo que em períodos normais o preço do aluguel é de R$ 1,7 mil por mês. “Estou fazendo o teste na Copa das Confederações para ver se tem alguma coisa que podemos aprimorar, mas o meu alvo mesmo é a Copa do Mundo”, diz. Ele afirma que nas proximidades do Mineirão há hoje dois hotéis que estão sendo construídos com infraestrutura próxima do seu apartamento e vão cobrar preço de hospedagem igual ou maior.

Na proximidade do Mineirão, o médico, comediante e empresário Diógenes Alcântara também vai alugar sua cobertura de três quartos e 170 metros quadrados no bairro Ouro Preto, na Pampulha. “O fato de ser perto do Mineirão é fundamental. Até a Copa das Confederações, os problemas do transporte público e da falta de leitos não estarão resolvidos”, diz Alcântara. Ele afirma que na cobertura cabe de 8 a 12 pessoas e que vai ser cobrado pela estadia US$ 280 por dia (R$ 560), com café da manhã e diarista. Como mora sozinho, Alcântara vai para a casa dos pais no período da Copa.

Teste

A enfermeira Simone Teixeira é outra que vai esperar a Copa das Confederações para tentar ganhar um dinheiro extra. Ela mora atualmente em uma casa e vai tentar alugar o apartamento de dois quartos que tem no Bairro Ouro Preto. A intenção é que o imóvel, de 62 metros quadrados, seja alugado por R$ 12 mil ao longo dos dias da copa. Em período normal, o preço mensal do aluguel, segundo ela, varia em torno de R$ 1,3 mil. “A região onde moro é muito movimentada, com vários bares na redondeza. Pretendo alugar para a Copa do Mundo também. Agora é só uma prévia do que vai acontecer no ano que vem no mundial de futebol. Jogo é uma coisa com a qual as pessoas sempre gastam”, diz Simone.

No sorteio dos grupos da Copa das Confederações, Belo Horizonte ficou com a partida de 17 de junho, entre Taiti e a Nigéria, campeã africana. E em 22 de junho, a capital vai receber o jogo entre Japão e México. Além disso, Belo Horizonte terá a semifinal, em 26 de junho, entre o primeiro colocado no grupo A e o segundo colocado no grupo B. O Brasil pode jogar, caso seja o primeiro do grupo A.

Hotéis estão na expectativa

O otimismo das pessoas que alugam casas e apartamentos na Região da Pampulha não é o mesmo entre a rede hoteleira. “A demanda está aquém do esperado. O sorteio foi muito ruim para Belo Horizonte. Esperávamos que fosse ser um teste da Copa do Mundo, mas há muita especulação, nada concreto, fechado”, afirma Alisson Martins, gerente de vendas do Ouro Minas. Na sua avaliação, o último jogo vai ser o único com ocupação mais expressiva.

Para o dia 17, data do jogo entre Taiti e Nigéria, 60% do hotel está reservado. Em 22, dia de Japão e México, a ocupação está em 70%. E no último dia a expectativa é de 100% de ocupação, segundo Martins. E o torcedor vai precisar preparar o bolso. O valor da diária deve girar em torno de US$ 800 nos dias de jogo. “Vai flutuar de acordo com a demanda”, observa Martins. Hoje, a diária média do hotel é de R$ 350, sem o café da manhã. “Em congressos e eventos é normal subir preço”, diz. De qualquer forma, ele ressalta que houve uma “frustração de demanda”, pois os torcedores não fecharam as reservas como o esperado.

O gerente-geral do Othon, Bruno Heleno Rosa, também reclama da demanda lenta para os jogos. “Para a gente está sendo como um congresso normal. A demanda está limitada a clubes de futebol, mídia e grupos corporativos. Mas o turista ainda não surgiu. A ocupação está aquém do esperado”, observa Rosa. Segundo ele, as diárias no hotel no período da competição vão ter preços a partir de R$ 390.

No Hotel Sol, no Centro da capital, houve aumento de demanda de 12% a 15% no período dos jogos em junho, em relação a dias normais. “A menor ocupação é no dia 22. No restante já estamos com 70% vendido”, afirma Débora Abreu, gerente geral do Sol. Ela afirma que houve acréscimo de 15% a 20% nos preços das diárias para a data. O Hotel Normandy, no Centro da capital, vai manter as tarifas da diária para a Copa: R$ 257. 


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