A produção industrial no mundo desacelerou em 2012, basicamente por culpa da Europa, destaca um estudo da ONU divulgado ontem. No ano passado, a produção manufatureira cresceu 2,2%, ante expectativa da própria ONU de que crescesse 3,1%. As indústrias de países desenvolvidos tiveram pior desempenho, em meio à crise e foram forçadas a cortar emprego. Os problemas na zona do euro deprimem não só o crescimento da região, como também afetam países emergentes que exportam para o mercado europeu.
O estudo divulgado foi preparado pela UNIDO (Organização da ONU para o Desenvolvimento Industrial) e faz parte do Anuário Internacional de Estatísticas Industriais de 2013 da entidade.
Os dados sobre a inflação na Espanha, divulgados ontem, mostraram a maior queda na variação mensal em 50 anos. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) caiu 1,3% em janeiro ante dezembro.
Mas analistas apontam que a cesta de 200 produtos analisados pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), que inclui itens como passagens de ônibus, sapatos, gasolina e mensalidades escolares, subestima algumas altas nos preços. "Nós suspeitos que possam haver políticas governamentais que contribuem para esconder a verdadeira escala da inflação", diz Ruben Sanches, da associação de advocacia para consumidores Facua.
O mesmo problema ocorre em outros países, como por exemplo a Itália. O Codacons, órgão que luta pelos direitos dos consumidores, diz que a inflação anual em janeiro ficou perto de 3%, bem acima da leitura oficial de 2,2%.
Na Espanha, o vice-diretor do Departamento de Preços do INE, Ignácio González, rejeita as críticas feitas ao IPC. Segundo ele o instituto ajusta os pesos dos componentes do índice todo ano, com base em uma ampla pesquisa com 22 mil cidadãos sobre os padrões de consumo.