O vice-presidente da República, Michel Temer, defendeu a Medida Provisória 595/12, conhecida como MP dos Portos, e disse que o objetivo do governo é dar eficiência à área de infraestrutura do País. "Sem dúvida alguma, o que se quer é a eficiência. O mote básico do governo é buscar a eficiência em todas as matérias de infraestrutura no nosso País", afirmou o vice-presidente nesta segunda-feira, após participar de reunião com diretores e empresários da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Para Temer, é natural que haja discussões no Congresso sobre a MP e que cabe ao Parlamento aprimorar o projeto do Executivo. "O Congresso chegará a um bom termo ao elaborar a lei derivada da Medida Provisória."
Nesta tarde, o vice-presidente deve participar de uma reunião em Brasília para discutir os detalhes do encontro, marcado para quarta-feira (20), com o primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev. O objetivo é negociar o embargo da Rússia à carne brasileira. "Há indicativos (de revogação), mas ainda não há nenhuma certeza. Temos de esperar a quarta-feira", afirmou. Segundo Temer, o governo apresentará a Medvedev todas as medidas sanitárias tomadas para pôr fim ao bloqueio. "Nosso desejo é que se consiga fazer isso pelo menos parcialmente", acrescentou.
No evento da Fiesp, Temer ouviu do presidente da entidade, Paulo Skaf, reclamações sobre o problema da competitividade da indústria de transformação brasileira. Em seu discurso, Temer mencionou os programas sociais do governo, como o Minha Casa, Minha Vida e o Bolsa Família (esse último considerado por ele, num primeiro momento, um projeto assistencialista e que, em seguida, se tornou um programa de incentivo à economia), e declarou que as crises internacionais vêm sendo enfrentadas pelo governo "com muita galhardia".
De acordo com ele, o Brasil não sofreu os efeitos "calamitosos" da crise enfrentada pela União Europeia (UE). "A economia do cotidiano ainda vai bem", ressaltou. Apesar do otimismo, Temer admitiu que a economia brasileira não vive "um mar de rosas" e que 2012 teve de fato um Produto Interno Bruto (PIB) considerado baixo. "Nós temos preocupações e estamos construindo tudo isso (soluções). Temos ainda muito para caminhar."
Vetos presidenciais
Na opinião do vice-presidente, é preciso aguardar que o Supremo Tribunal Federal (STF) se posicione sobre a obrigatoriedade de o Congresso Nacional analisar os três mil vetos que se acumulam na Casa. "Acho que ele (STF) poderá dar uma solução de maneira a não, digamos assim, embaraçar a atuação do Congresso Nacional, porque, convenhamos, examinar três mil vetos a essa altura é complicado."