O Custo Unitário Básico de Construção - CUB/m² - projeto-padrão R8N - registrou alta de 1,56% em janeiro em relação ao mês anterior. Esta variação é justificada pelo incremento de 2,65% no custo com a mão de obra e pelo aumento de 0,44% no custo com materiais de construção. Apesar da alta, o coordenador sindical do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), economista Daniel Furletti, não acredita que esta é uma tendência para os próximos meses.
Segundo ele, particularmente em relação à mão de obra, o aumento ocorreu em função da Convenção Coletiva de Trabalho, que foi assinada em 15 de janeiro, quando se concluíram as negociações trabalhistas. Já o incremento no custo com material surpreendeu, alcançando variação de 0,44%, a maior desde setembro de 2012, quando atingiu 0,58%. “Acreditamos que o custo com materiais de construção em 2013 deverá se manter dentro do contexto monetário do país, assim como aconteceu no ano passado, quando ele aumentou 4,05%. Acreditamos que essa é a tendência. Não esperamos sobressaltos”, afirma Furletti.
Os outros dois componentes do referido indicador de custos da construção (despesas administrativas e aluguel de equipamentos) não apresentaram variações no primeiro mês do ano. Com este resultado, o custo do metro quadrado de construção em Belo Horizonte, para o projeto-padrão R8-N (residência multifamiliar, padrão normal, com garagem, pilotis, oito pavimentos-tipo e 03 quartos) que em dezembro de 2012 era R$1.024,10, passou para R$1.040,09 em janeiro.
O CUB/m² é um importante indicador de custos do setor e acompanha a evolução dos preços de materiais de construção, mão de obra, despesas administrativas e aluguel de equipamentos. É calculado e divulgado mensalmente pelo Sinduscon-MG, de acordo com a Lei 4.591/64 e com a Norma Técnica NBR 12721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Materiais
Da cesta de insumos que compõem o cálculo do CUB/m², observou-se que em janeiro 12 itens registraram elevações em seus preços, 11 ficaram iguais e três registram quedas. As maiores altas foram observadas nos seguintes materiais: disjuntor tripolar 70 A (+5,32%), fio de cobre antichama (+5,00%), janela de correr (+3,66%) e registro de pressão cromado ½” (+3,06%). “São aumentos expressivos, especialmente considerando a inflação do mês de janeiro medida pelo IPCA/IBGE, que foi 0,86%”, destaca o coordenador do Sinduscon-MG.
Acumulado nos últimos 12 meses (fevereiro/12-janeiro/13) - Nos últimos doze meses encerrados em janeiro, o CUB/m² (projeto-padrão R8-N) registrou alta de 6,49%. Este resultado, que foi superior à inflação de preços medida pelo IPCA/IBGE (alta de 6,15% no mesmo período) refletiu os seguintes aumentos: 3,90% dos materiais e 9,22% da mão de obra.
Furletti enfatiza que neste período a maior pressão para o alta do custo da construção foi observada pelo item mão de obra. “Deve-se lembrar que, neste período, o referido indicador refletiu o aumento estabelecido pela Convenção Coletiva de Trabalho”.
De acordo com o coordenador do Sinduscon-MG, o efeito dos maiores aumentos da mão de obra em relação aos materiais tem sido uma mudança importante na composição de custos setoriais. “Enquanto em janeiro de 2010 a mão de obra representava 47,72% do custo da construção, em janeiro deste ano passou para 52,05%. Ou seja, agora ela representa a maior parcela do índice”, ressalta.
Apesar da maior estabilidade no custo dos materiais de construção, alguns itens se destacaram pela variação em seus preços nos últimos 12 meses (fevereiro/12-janeiro/13): emulsão asfáltica (+24,34%), disjuntor tripolar 70 A (+19,75%), janela de correr (+18,87%) e vidro liso transparente 4 mm (+11,36%). “São aumentos expressivos e fora do contexto monetário e macroeconômico do País, principalmente se considerarmos que o IPCA/IBGE, neste período foi de 6,15%”, analisa Furletti.