Com o lucro recorde de R$ 6,1 bilhões apurado no ano passado e uma carteira de crédito 42% superior ao resultado de 2011 – o saldo em dezembro somou R$ 353,7 bilhões –, a Caixa Econômica Federal informou ontem que tem fôlego para um novo crescimento da oferta de empréstimos neste ano, de no mínimo 35%. Na briga com os bancos privados, marcada pela redução dos juros em 2012, a estratégia da instituição será manter as melhores taxas, afirmou o vice-presidente de Controladoria e Riscos da Caixa, Raphael Rezende Neto. Embora o banco domine a oferta de recursos para habitação no país, o que lhe rende uma posição confortável, o crédito comercial mostrou expressiva evolução, de 53%.
“Temos trabalhado com um cenário de estabilidade na economia em 2013 e na taxa de juros. A redução dos juros é um componente de mercado e vamos verificar esse contexto, mas nossa estratégia é de manutenção das melhores condições”, disse o vice-presidente da instituição, ao comentar o balanço relativo ao ano passado. A estimativa traçada pela Caixa para expansão da oferta de crédito representa até o dobro da perspectiva com que os bancos trabalham, de 13% a 17%, em média, neste ano. Em 2012, o setor registrou aumento médio de 16% da oferta de crédito.
O bom resultado do volume de empréstimos da Caixa está amparado na própria base de clientes que, segundo Raphael Rezende, o banco já conhece – fator positivo para o nível da inadimplência, que ficou praticamente estável, em 2,08% no ano passado, frente a 2% em 2011. A expansão do banco reflete ainda um trabalho bem focado nos ganhos de eficiência das operações, de acordo com o vice-presidente da Caixa, a partir de avaliações em várias áreas e da revisão de processos. Essa política ajudou no crescimento de 17% do lucro em 2012. Houve também uma expansão física, ou seja, da rede de atendimento, com investimentos de R$ 1 bilhão na abertura de 653 unidades, entre agências e postos de atendimento. Neste ano, a meta é de abertura de mais 500 unidades.
CONCORRÊNCIA A vantagem que a Caixa apresentou em relação aos concorrentes do setor privado na oferta de crédito reflete a política do governo federal de usar os bancos públicos como alavanca para aquecer a economia, o que em 2013, esbarra no avanço da inflação, observa Alex Agostini, analista-chefe da agência de classificação de risco Austin Rating. “O mercado de crédito vai continuar crescendo, claro que a taxas mais modestas, por conta da expectativa de alta da taxa Selic (a taxa básica, que remunera os títulos do governo no mercado financeiro e serve de referência para as operações nos bancos e no comércio)”, afirma.
O próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse na semana passada que os juros e não o câmbio são instrumento para conter a alta da inflação. Um aumento dos juros tornará mais difícil a repetição da concorrência que o consumidor viu no ano passado entre os bancos na oferta de encargos mais baixos nos empréstimos. Alex Agostini destaca que é preciso aguadar o comportamento das instituições, se houver um aumento do custo do crédito. Pode ser que elas escolham algumas linhas de empréstimo para repassar a despesa decorrente dos juros maiores, para evitar o encarecimento do dinheiro destinado aos clientes de baixa renda ou ao microcrédito, por exemplo.
“Temos trabalhado com um cenário de estabilidade na economia em 2013 e na taxa de juros. A redução dos juros é um componente de mercado e vamos verificar esse contexto, mas nossa estratégia é de manutenção das melhores condições”, disse o vice-presidente da instituição, ao comentar o balanço relativo ao ano passado. A estimativa traçada pela Caixa para expansão da oferta de crédito representa até o dobro da perspectiva com que os bancos trabalham, de 13% a 17%, em média, neste ano. Em 2012, o setor registrou aumento médio de 16% da oferta de crédito.
O bom resultado do volume de empréstimos da Caixa está amparado na própria base de clientes que, segundo Raphael Rezende, o banco já conhece – fator positivo para o nível da inadimplência, que ficou praticamente estável, em 2,08% no ano passado, frente a 2% em 2011. A expansão do banco reflete ainda um trabalho bem focado nos ganhos de eficiência das operações, de acordo com o vice-presidente da Caixa, a partir de avaliações em várias áreas e da revisão de processos. Essa política ajudou no crescimento de 17% do lucro em 2012. Houve também uma expansão física, ou seja, da rede de atendimento, com investimentos de R$ 1 bilhão na abertura de 653 unidades, entre agências e postos de atendimento. Neste ano, a meta é de abertura de mais 500 unidades.
CONCORRÊNCIA A vantagem que a Caixa apresentou em relação aos concorrentes do setor privado na oferta de crédito reflete a política do governo federal de usar os bancos públicos como alavanca para aquecer a economia, o que em 2013, esbarra no avanço da inflação, observa Alex Agostini, analista-chefe da agência de classificação de risco Austin Rating. “O mercado de crédito vai continuar crescendo, claro que a taxas mais modestas, por conta da expectativa de alta da taxa Selic (a taxa básica, que remunera os títulos do governo no mercado financeiro e serve de referência para as operações nos bancos e no comércio)”, afirma.
O próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse na semana passada que os juros e não o câmbio são instrumento para conter a alta da inflação. Um aumento dos juros tornará mais difícil a repetição da concorrência que o consumidor viu no ano passado entre os bancos na oferta de encargos mais baixos nos empréstimos. Alex Agostini destaca que é preciso aguadar o comportamento das instituições, se houver um aumento do custo do crédito. Pode ser que elas escolham algumas linhas de empréstimo para repassar a despesa decorrente dos juros maiores, para evitar o encarecimento do dinheiro destinado aos clientes de baixa renda ou ao microcrédito, por exemplo.